sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Chanceler cubano diz que ações de Obama definirão relações com EUA

da Efe, em Havana

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, afirmou nesta sexta-feira que é preciso ver "os atos práticos" do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, em relação à ilha, antes de dizer que as relações bilaterais entraram em uma nova etapa.

"Não pode-se assegurar ainda, é preciso ver os atos práticos" da Administração que liderará Obama a partir de 20 de janeiro, indicou Pérez Roque a jornalistas, ao ser questionado sobre o assunto após participar do ato de inauguração da Embaixada do Paquistão em Havana.

"Nós não agredimos os Estados Unidos, não somos nós os que os bloqueamos, é nos Estados Unidos onde devem ser tomadas as decisões que retifiquem a atual situação", acrescentou.

As declarações de Pérez Roque foram feitas depois que, na quinta-feira, o ex-ditador Fidel Castro afirmou em um de seus freqüentes artigos de reflexões que Cuba pode falar com Obama onde desejar, mas sem condições preestabelecidas.

Diálogo

"Esperamos e estamos dispostos, sempre dissemos isso, a que um dia se normalizem as relações entre os Estados Unidos e Cuba sobre a base do respeito a nossos direitos como povo", expressou hoje Pérez Roque.

No entanto, o chanceler evitou falar sobre um eventual diálogo de Cuba com Obama, já que, disse, "tudo o que tínhamos a dizer sobre isso já dissemos", e ressaltou que, até o momento, o país não recebeu resposta do novo presidente dos Estados Unidos à oferta de diálogo.

Questionado sobre as manifestações de Obama a favor de levantar as restrições de viagens e as remessas a Cuba, Pérez Roque comentou que "se fizer isso, seria um primeiro passo positivo", mas "só o começo".

"Nosso povo tem o direito de esperar que, finalmente, se respeite seu direito de escolher o próprio caminho e se eliminem todas as restrições, agressões que nos fizeram sofrer durante cinco décadas e que custaram ao país mais de US$ 90 bilhões", acrescentou.

Leia mais

sábado, 29 de novembro de 2008

Castro diz que Rússia, China e Venezuela são "pilares" de Cuba perante EUA

Havana, 28 nov (EFE).- O líder cubano, Fidel Castro, assegura que a Rússia, China e Venezuela são os "pilares" para os negócios da ilha frente ao bloqueio americano, em artigo no qual comenta sua reunião de sexta-feira com o presidente russo, Dmitri Medvedev, a quem elogia.

"Não deixei de abordar com ele um só ponto essencial, desde nossas posições em relação aos Estados Unidos, onde não cabe a idéia de que aceitemos a política de garrote", afirma Castro de seu encontro com Medvedev, em uma nova nota da série "Reflexões".

Ele relata que observou a Medvedev "durante as numerosas atividades que como presidente da federação russa realizou durante as últimas semanas, a crise financeira que castiga ao mundo".

"A Federação Russa é um dos mais poderosos estados da comunidade internacional apesar da desintegração da URSS", acrescenta Castro, que décadas atrás foi o primeiro aliado na América da União Soviética, por sua vez principal sustento que tinha então o Governo cubano.

O presidente russo terminou nesta sexta-feira sua primeira viagem pela América Latina, que o levou durante uma semana ao Peru, Brasil, Venezuela e Cuba.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Presidente da China chega a Havana para acordos bilaterais


Hu Jintao acena ao chegar à ilha; visita traz acordos comercia

da Efe, em Havana

O presidente da China, Hu Jintao, chegou nesta terça-feira a Havana para uma visita de 36 horas que incluirá uma reunião na quarta-feira (19) com o presidente cubano, Raúl Castro. Ambos devem também assinar acordos para ampliar a cooperação bilateral entre os países, informaram fontes oficiais.

Hu chegou ao aeroporto José Martí acompanhado por uma grande comitiva de funcionários, empresários e jornalistas, e foi recebido pelo primeiro vice-presidente cubano, José Ramón Machado Ventura, e vários ministros.
Enrique De La Osa/Reuters

Em nota distribuída à imprensa, Hu diz que a visita "tem como propósito aumentar a amizade, ampliar a cooperação e trabalhar em parceria com os companheiros cubanos para criar conjuntamente um futuro promissor".

A China é o segundo maior parceiro comercial da ilha, atrás apenas da Venezuela. Conforme dados oficiais, em 2007 os negócios entre os dois países cresceu 27%, totalizando US$ 2,6 bilhões (R$ 5,9 bilhões).

Os dois presidentes vão se reunir amanhã à tarde no Palácio da Revolução e depois participam de uma cerimônia para assinatura de acordos. Antes da chegada de Hu, funcionários dos dois países assinaram nesta terça-feira uma primeira rodada de convênios.

Os acordos incluem investimentos em Cuba, exportação à China de açúcar e níquel, colaboração em biotecnologia, reabilitação de portos e da rede sismológica da ilha, e reconstrução de casas, iniciativas relacionadas com os destroços causados pelos três furacões que castigaram o país nos últimos três meses.

O jornal oficial "Granma", porta-voz do Partido Comunista cubano, disse que a visita de Hu mostra "os excelentes vínculos existentes entre os dois partidos e governos", e dedicou uma de suas oito páginas a uma reportagem intitulada "a China continua demonstrando a validade do socialismo".

Diplomatas de outros países, no entanto, vêem grandes diferenças entre a potência comunista asiática, que tem uma economia aberta, e uma Cuba em crise crônica, na qual as tímidas reformas anunciadas por Raúl Castro parecem estagnadas.

Hu chega a Cuba após participar no sábado (15), em Washington, da cúpula de chefes de Estado e de governo do G20 (que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) e depois de uma visita de 24 horas à Costa Rica, primeiro país centro-americano a estabelecer relações diplomáticas com Pequim e a suspender seus contatos com Taiwan.

Fidel

Cuba, único país da América com governo comunista, foi também o primeiro do continente a estabelecer relações com a China, em 1960, um ano após Fidel Castro chegar ao poder. Fontes diplomáticas não descartam uma reunião de Hu com o ex-ditador de 82 anos, que visitou a China em duas oportunidades.

Fidel deixou a Presidência em fevereiro passado ao irmão Raúl, e não aparece em público desde que adoeceu, em julho de 2006, mas ocasionalmente são divulgadas fotos e imagens suas, sobretudo durante visitas de líderes estrangeiros.

Fidel Castro, que ainda ocupa o cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista cubano --Raúl é o segundo--, se reuniu no dia 24 de junho com o secretário de Controle Disciplinar do Comitê Central do Partido Comunista chinês, He Guoquian, que visitou recentemente Havana.

Crise

A visita de Hu acontece no momento em que Cuba enfrenta uma difícil situação econômica, em parte por causa dos furacões Ike e Gustav, que causaram danos avaliados em US$ 9 bilhões (R$ 20,5 bilhões).

A ilha enfrenta os efeitos da crise financeira mundial, que reduziu o preço do níquel, o turismo e as remessas dos emigrantes, três de suas principais fontes de divisas.

O país também sofre com a alta dos preços internacionais dos alimentos, já que importa mais de 80% do que é consumido por seus 11,2 milhões de habitantes.

A visita de Hu terminará no começo da quarta-feira (19), quando partirá para Lima, no Peru, onde participa, no próximo fim de semana, de reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).

Esta é sua segunda viagem pela América Latina, depois da realizada em 2004, em que passou por Brasil, Chile, Argentina e Cuba.

Leia mais

sábado, 15 de novembro de 2008

Guantánamo: Obama cumpre o compromisso

Helio Fernandes focalizou o tema na edição de 12/11 desta TRIBUNA DA IMPRENSA, da mesma forma que o "The New York Times" na reportagem publicada sobre o encontro que Barack Obama manteve com o presidente George Bush, na Casa Branca. O presidente eleito deixou claro que entre suas primeiras medidas está a de desativar a prisão de Guantánamo, transferindo os presos que lá se encontram para os Estados Unidos.

Vão ser julgados dentro da lei (sem lei não há civilização), como aliás reivindica há tempos, com intensidade e insistência, a Anistia Internacional, órgão que luta pelo respeito aos direitos humanos. Mas o que desejo acentuar, como escrevi recentemente, é que os compromissos assumidos por um candidato na campanha são cumpridos pelo presidente.

Desativar aquela base foi agora um deles. Retirar as tropas do Iraque até o final de 2009, outro. Nos Estados Unidos, não existe essa de esquecer as promessas. Elas valem antes e depois das urnas. No Brasil, de modo geral, não é assim. Infelizmente para nós. As palavras, aqui, o vento leva. Na América do Norte permanecem na memória.

Esta diferença é essencial para a democracia. O presídio em que Guantánamo foi transformado não é uma expressão democrática. Tampouco a base militar que o governo de Washington lá instalou em 1934, governo Franklin Roosevelt, desvirtuada depois. Era um porto livre para exportação de açúcar no início do século 20. Foi transformado em área de segurança por motivos estratégicos. Inclusive, Guantánamo desempenhou importante papel na Segunda Guerra Mundial, como ponto de combate aos submarinos japoneses e alemães. Mas depois as coisas mudaram. Os EUA não saíram de lá, mesmo com o rompimento de relações em 60, pelo presidente Eisenhower, no final de seu governo.

John Kennedy, eleito naquele ano, ao assinar em 61, manteve a ruptura e também o embargo econômico. Este embargo foi um erro, propiciou à União Soviética adquirir a produção de açúcar da ilha, a pérola das Antilhas, como era chamada, e tentar a penetração comunista no continente americano.

O embargo econômico, por reflexo, ampliou o mercado de açúcar para o Brasil. Mas deu margem à crise dos mísseis em Havana, quase causando um novo conflito mundial. Kruschev, então primeiro-ministro da URSS, hoje Rússia, transportou o armamento para Cuba, direcionando-o para Miami. Kennedy exigiu a retirada. O mundo viveu dias de suspense em novembro de 62. A retirada ocorreu. Moscou trocava Havana pelo afrouxamento da presença americana em Berlim, então dividida nos lados oriental e ocidental.

Não houve uma explosão que poderia ser nuclear. Mas surgiu o que se convencionou chamar de um Novo Tratado de Tordesilhas. A guerra fria tornou-se morna, Estados Unidos e União Soviética estabeleceram uma divisão universal à base de blocos de poder além das fronteiras de seus países. Já existia esta divisão no leste europeu. Sem dúvida. Mas em 1962 ela seria reconhecida tácita e explicitamente de modo mais amplo. O muro de Berlim já estava de pé desde 1961. Somente seria demolido por Gorbachev, em 1989. Uma tragédia. Enquanto isso, Guantánamo permanecia como base militar americana, mesmo contra a vontade de Fidel Castro.

Transformara-se, ao mesmo tempo, numa prova de invasão acompanhada de ocupação. A base militar, com o passar do tempo, perdeu o sentido. Os equipamentos modernos a dispensariam, como de fato aconteceu. Mas eis que há oito anos, início do governo Bush, ela foi transformada numa prisão para terroristas acusados em estranhos e sombrios processos. Não estou querendo dizer que sejam inocentes, mas apenas que é indispensável iluminar as questões.

E que possam se defender ou apresentar suas versões, já que ninguém, tampouco tribunal algum, pode ser ao mesmo tempo juiz e parte. Guantánamo e o Iraque tendem a se tornar emblemas de uma nova era. Ambos são compromissos do presidente eleito. O caso Guantánamo é mais simples. Somente o fim de uma intervenção em território de outro país. No Iraque, o problema é mais complicado. Assim como no Afeganistão. Mas quanto a este país, Obama não anunciou a saída das tropas americanas. Pelo contrário. Do Iraque, disse que sai até dezembro do ano que vem. A questão iraquiana é complexa porque, no fundo, envolve altos interesses de empresas que operam na extração e comercialização de petróleo. Mas não somente isso. A invasão para derrubar e matar Sadam Hussein, um ditador sanguinário, partiu de versões falsas quanto à posse de armas letais químicas por parte de Bagdá.

O tempo encarregou-se de provar que não era nada disso. O que dá margem ao presidente que assume a 20 de janeiro terminar com mais uma guerra malsucedida, a exemplo das que ocorreram na Coréia, de 49 a 53, e no Vietnã, de 62 a 75. Dá margem ao início da construção de uma nova política que coloque em destaque, e não diminua, a imagem dos Estados Unidos no mundo. Sobretudo porque, na minha opinião, não existe um EUA. Existem dois.

O primeiro dentro das fronteiras do país. O segundo, espalhado pela força econômica das empresas norte-americanas instaladas numa série de nações. Presidir os Estados Unidos será sempre extremamente difícil, mesmo sem a guerra fria, porque, às vezes, um Estados Unidos colide com o outro. Política é também a arte de harmonizar interesses econômicos em choque.

Será sempre assim.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Se Obama devolver Guantanamo a Cuba - Estará percorrendo a estrada da esperança (Helio Fernandes)

Se de acordo com o compromisso Obama fechar Guantanamo ou devolvê-la aos cubanos estará mais do que respeitando a própria palavra, estará se valorizando.

Guantanamo é uma excrescência de 110 anos, que começou em 1898. Primeiro como defesa de Cuba do ataque da Espanha. Vitoriosos, os EUA ficaram com a fortaleza para eles mesmos. Enquanto isso, se divertiam em Cuba, terra de fim de semana.

Essa intervenção a favor (?) de Cuba em 1898, além de ser a primeira manifestação guerreira dos EUA fora do seu território, foi sem dúvida uma grande vitória. Além de ter derrotado a Espanha, uma das grandes potências da época, os EUA obtiveram muita coisa.

1 - Deram a impressão ao mundo de que seriam potência emergente, mas não era esse o objetivo dos Fundadores da República.

2 - Estes, os chamados "8 sábios da Filadélfia", queriam paz e isolamento.

3 - Toda a Constituição de 1788 (a única que eles têm até hoje) era pela consolidação e pelo isolamento interno.

4 - Além de terem mantido Guantanamo sob seu comando, os Estados Unidos garantiram outras vantagens.

5 - Obtiveram o direito de incorporar Porto Rico, o que não fizeram até hoje por falta de interesse.

6 - Pela primeira vez penetraram na Ásia, com a conquista das Filipinas, que teria enorme importância na Segunda Guerra Mundial.

7 - Apesar das vitórias, os EUA se retraíram, voltaram ao ISOLAMENTO, que mais tarde seria chamado de ISOLACIONISMO.

8 - Esse fato se confirmou nos 4 anos da Primeira Guerra Mundial, que se travou e se desenvolveu praticamente sem a participação dos americanos.

9 - Nessa Primeira Guerra Mundial, os americanos mandaram para a Europa apenas 17 mil homens.

10 - Menos do que o Brasil, que mandou 25 mil, o efetivo da FEB na Itália. Quase no final da guerra, com os alemães praticamente encurralados em Berlim e o primeiro-ministro Clemenceau gritando "óleo, óleo, precisamos de óleo", os americanos mandaram combustível para liquidar os alemães. Foi essa a participação americana para liquidar a Alemanha.

Na assinatura da rendição incondicional da Alemanha em 11 de novembro de 1918 (hoje completando 90 anos), os americanos nem se interessaram. E voltaram à permanência interna, isolados.

11 - Foram representados por um diplomata ignorado. Até o Brasil mandou Epitácio Pessoa, que lá mesmo "seria eleito presidente da República, em 1919".

12 - De novembro de 1918 até 7 de dezembro de 1941, os EUA mantiveram o silêncio, não participando de nada. Havia até um "Movimento Isolacionista", presidido pelo herói nacional, coronel Lindemberg.

13 - Em 7 de dezembro de 1941, com a estranha e até incompreensível invasão de Pearl Harbour, os americanos tiveram que entrar na guerra.

14 - Aí entraram para valer, utilizando os formidáveis recursos que só utilizavam internamente. Criaram a Coordenação da Mobilização Econômica, responsável por transformar toda a indústria civil em indústria de guerra. Era chefiada por John Kenneth Galbraith, de 33 anos, um dos jovens integrantes do "brain truste" de Roosevelt.

15 - Os Estados Unidos ajudaram especialmente a ganhar a Segunda Guerra Mundial, e não abandonaram nunca mais o domínio do mundo. Em 1944 fizeram Bretton Woods, em seguida destruíram Hiroshima e Nagasaki. A partir dos atos de terrorismo, contrariaram os Fundadores. Torturam para valer, não nos EUA, mas em Guantanamo, que consideravam propriedade deles.

PS - Se Obama devolver Guantanamo a Cuba, terá sido a maior demonstração de que estará trilhando realmente o caminho da esperança. E disposto a cumprir os compromissos da campanha.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Fidel está melhor e intelectualmente muito ativo, diz chanceler cubano

da Efe

O comandante Fidel Castro, 82, "está melhor e se recupera de uma doença muito grave que enfrentou", afirmou nesta terça-feira o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, que visita o México.

Em entrevista à emissora mexicana Televisa, Roque disse que Fidel teve uma doença "longa e com várias cirurgias, mas está se recuperando e do ponto de vista intelectual está muito ativo".

Em 2006, o líder cubano foi levado à sala de cirurgia por causa de uma doença intestinal que lhe impediu de aparecer em público e o obrigou a deixar a Presidência para seu irmão Raúl Castro.

"O presidente de Cuba é Raúl Castro, não há dúvidas sobre isso. Fidel é o líder da revolução; sua autoridade moral e sua experiência estão a serviço do nosso povo, mas a função de presidente é exercida por Raúl", disse o chanceler cubano.

Pérez Roque assinalou que amanhã se reunirá com o presidente mexicano, Felipe Calderón, para lhe entregar formalmente um convite de Raúl Castro para que visite a ilha.

domingo, 15 de junho de 2008

Chávez anuncia que visitará amanhã o líder cubano Fidel Castro

Caracas, 15 jun (EFE).- O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou hoje que amanhã visitará o líder cubano Fidel Castro, com quem terá uma "reunião de trabalho".

"Amanhã, vou visitar Fidel. Tenho reunião com Fidel, vamos trabalhar", disse Chávez, sem dar mais detalhes, durante seu programa de rádio e televisão dominical "Alô, Presidente".

De um centro de recuperação oficial, nos arredores de Caracas, o presidente conversou com um grupo circense cubano.

Como é habitual, Chávez elogiou Fidel Castro, a quem chamou de "pai nosso" e o felicitou por ocasião do Dia dos Pais na Venezuela.

O líder da revolução bolivariana também celebrou os 80 anos do nascimento do guerrilheiro Ernerto "Che" Guevara, lembrado neste sábado.

"Viva Fidel, amanhã estarei (...). Viva o 'Che' Guevara, que ontem completou 80 anos", disse o chefe de Estado venezuelano.

Chávez realizou em 8 de março uma visita não anunciada a Havana, na qual se reuniu com o presidente cubano, Raúl Castro, e também se reuniu com Fidel Castro, a quem encontrou em "boas condições físicas, dentro de suas circunstâncias", disse em Caracas três dias depois.

Desde que Fidel Castro se afastou devido a sua doença, em julho de 2006, Chávez viajou à ilha pelo menos oito vezes, por motivos oficiais ou em breves escalas, e sempre se reuniu com o líder cubano.

UOL Últimas Notícias

terça-feira, 10 de junho de 2008

Oposição cubana prefere que Obama ganhe eleições dos EUA

da Efe, em Havana

A oposição interna de Cuba prefere que o próximo presidente dos Estados Unidos seja o democrata Barack Obama já que ele favorece reformas na ilha com sua política externa de diálogo aberto.

O economista Óscar Espinosa, um dos 75 opositores condenados na onda repressiva de 2003 do governo de Fidel Castro, diz que a vitória de Obama nas eleições presidenciais contra o republicano John McCain seria "muito positiva para Cuba" e garantiria "uma mudança de uma política cuja prática tem servido para manter o totalitarismo em Cuba e tem sido muito prejudicial".

"Uma atitude flexível como a de Obama pode ajudar os setores reformistas presentes no governo, no partido comunista e na sociedade cubana", afirmou Espinosa, que tem licença extra-penal por motivos de saúde.

O também dissidente Vladimiro Roca explicou que "a proposta do candidato democrata é a mais sensata", mas também a menos conveniente para o governo cubano, porque "rompe o esquema de sítio que mantém para justificar a repressão".

Para Roca, McCain, que provavelmente manteria a política de embargo a Cuba do presidente George W. Bush, ajudaria "a linha dura e o enfrentamento verbal para manter o status de que são um país sitiado pela maior potência do mundo".

Outro dissidente, Manuel Cuesta Morúa, do moderado Arco Progressista, destacou que o "discurso e a possível eleição de Obama não chegam em um bom momento porque, embora seja paradoxo, para que o governo possa realizar reformas, é necessário que McCain ganhe as eleições".

Segundo Morúa, a pressão sobre os EUA seria muito maior caso Obama ganhe as eleições, o "império perderia visibilidade para o povo cubano".

Segundo analistas consultados pela agência de notícias internacionais Efe, a perspectiva de uma mudança na política norte-americana com o novo presidente forçará Cuba a repensar sua estratégia com os Estados Unidos.

Sem descartar confrontos pontuais, como quando os candidatos forem a Miami, em reduto de exilados cubanos nos EUA, analistas concordam em dizer que o governo de Raúl Castro manterá um "perfil baixo" nos próximos meses, sem propagar acusações.

"A posição do governo diante da campanha presidencial dos EUA deve ser de perfil baixo, porque já não há discursos e não é a mesma coisa falar e escrever uma nota em um jornal", disse um dos analistas, em referência aos extintos discursos de Fidel.

Oposição, diplomatas e analistas esperam para ver a reação do atual líder cubano Raul Castro com a saída gradual de seu irmão, Fidel Castro, do governo que ditou por décadas.

Fidel

Fidel não aparece em público desde janeiro deste ano, mas escreve freqüentemente sobre as eleições norte-americanas em sua coluna "Reflexões", publicada pelos veículos governistas da ilha.

Castro criticou Obama em maio por anunciar que manteria o embargo à ilha e dizer que Cuba vivia sob uma ditadura. Contudo, ele afirmou que "do ponto de vista social e humano, é o candidato mais avançado" e que "não foi responsável pelos crimes cometidos pelos EUA contra Cuba e contra a humanidade".

Segundo suas colunas, Castro prefere a vitória de Obama porque "faria um enorme favor a seus adversários".

Fidel acusou McCain de ser um "instrumento da máfia" e chamou-o de "débil" em situações difíceis, mentiroso e defensor dos terroristas.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Cuba quer substituir metade de importações de arroz em cinco anos

Havana, 3 jun (EFE) - O vice-ministro de Agricultura cubano, Juan Pérez Lama, afirmou hoje que o Governo tem um plano para reduzir em 50% em cinco anos as importações de arroz, o que incluirá o fornecimento de provisões e equipamento.

Cuba produz atualmente 250 mil toneladas de arroz e no ano passado importou 600 mil toneladas, principalmente do Vietnã e da China, com um preço no mercado internacional que oscilou entre os US$ 400 a tonelada no começo do ano e os US$ 1.200.

"Fizemos o programa a cinco anos, aos cinco anos avaliamos", disse hoje Pérez Lama, após participar do 4º Congresso Internacional do Arroz em Havana.

Segundo o vice-ministro, a base produtora será estatal.

Em sua apresentação, o vice-ministro indicou que o aumento da produção será realizado com a estratégia de recuperar 150 mil hectares dos antigos arrozais, a incorporação de outros 150 mil hectares de novas áreas e o aumento dos rendimentos, mas não precisou o valor total do investimento.

O vice-ministro indicou que o custo médio de produção da tonelada em Cuba se encontra acima dos US$ 250 por tonelada, quantidade que chega aos US$ 430 no caso do cultivo especializado desse grão.

"Sempre o custo de produção de arroz no país foi mais barato que hoje o da importação, isso não foi assim há muito tempo", disse.

Ele explicou que pela alta demanda de água a qual requer o arroz, apesar de ter havido "os recursos e as condições", a seca que atingiu especialmente o leste cubano nos últimos anos não permitia um aumento da produção de arroz.

O plano prevê, disse, a "asseguração de recursos integral, investimentos de maquinaria, manutenção de irrigação, indústria e insumos (provisões) produtivos".

O Governo do presidente Raúl Castro confia em que as reformas introduzidas no setor agrícola cubano começarão a dar resultados em sua balança comercial a partir de 2009, com a queda das importações de alimentos de entre 5% e 10%.

Cuba antecipa um "reordenamento" do setor agrícola, imerso em uma precária e deprimida situação, com base na descentralização administrativa, na entrega de meios a camponeses e cooperativas, melhores preços para os produtores e terras em usufruto para aqueles que pedirem.

UOL - Ultimas Notícias

sábado, 31 de maio de 2008

Cuba quer Brasil como parceiro número um, diz vice-presidente cubano

Havana, 31 mai (EFE).- O vice-presidente cubano Carlos Lage afirmou que seu país está disposto a ter o Brasil como seu principal parceiro, como expressou de forma recíproca na última sexta o chanceler brasileiro, Celso Amorim, que hoje se reuniu com o presidente de Cuba, Raúl Castro.

Agora temos o desafio de que o Brasil seja o parceiro número um de Cuba e estamos favoravelmente dispostos a este objetivo", disse hoje Lage em declarações divulgadas pela oficial Agência de Informação Nacional (AIN) durante um encontro com Amorim.

Amorim disse nesta sexta, que "neste momento novo, renovado, que vive Cuba o Brasil não quer ser o parceiro número dois ou número três, mas sim o parceiro número um".

Fontes brasileiras informaram à Agência Efe que hoje Amorim se reuniu e almoçou com Raúl Castro. No encontro, Amorim entregou a Raúl uma carta enviada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva na qual o governante brasileiro agradece pela hospitalidade e convida o presidente cubano a visitar o Brasil.

Raúl recebeu o convite de forma "positiva" embora não tenha dado uma resposta sobre uma possível viagem ao Brasil.

O encontro entre os dois líderes aconteceu depois que o chefe da diplomacia brasileira e Carlos Lage liderassem uma sessão conjunta de representantes de ambos países com o intuito analisar como estão os 10 acordo assinados em janeiro.

Esses acordos abrangem, entre outros, o setor agrícola, o energético e o médico-farmacêutico e incluem créditos para o financiamento da compra de alimentos -neste momento no valor de 200 milhões de dólares-, a ampliação de uma planta de níquel e equipamentos para a piscicultura.

Estes acordos abrangem, entre outras questões, os setores agrícola, energético e o médico-farmacêutico e incluem créditos para o financiamento da compra de alimentos - neste momento, no valor de US$ 200 milhões -, a ampliação de uma usina de níquel e equipamentos para a piscicultura.

Segundo o ministro de Comércio Exterior, Raúl de la Nuez, o comércio bilateral ficou em torno dos US$ 450 milhões em 2007, especialmente por causa das importações cubanas de alimentos, da maquinaria agrícola e dos equipamentos de transporte.

Além disso, disse que Cuba está aumentando suas exportações para o Brasil, principalmente de produtos de biotecnologia e da indústria farmacêutica.

Após participar na última sexta de um fórum empresarial, Amorim destacou a colaboração no setor de alimentos e disse a jornalistas que está em processo de estudo um crédito, que poderia chegar a US$ 600 milhões para financiar infra-estruturas e serviços.

No mesmo dia, Amorim se reuniu com o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, que chamou a visita de seu colega brasileiro de "momento de importância excepcional nas relações e deixará como marca um renovado impulso às relações entre os países".

Fontes da Chancelaria brasileira disseram que Amorim viaja hoje para Roma, onde acompanhará o presidente Lula na reunião da FAO e se encontrará com representantes da Secretaria de Comércio dos Estados Unidos para discutir a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

UOL

sábado, 12 de abril de 2008

Governo de Cuba planeja mais reformas, diz jornal oficial

12/04/2008 - 03h41

Um artigo publicado no jornal oficial do Partido Comunista de Cuba, o Granma, afirma que as reformas anunciadas recentemente pelo presidente Raúl Castro podem ser apenas o início de mais mudanças.

O texto também elogia a recente suspensão de restrições em diversos setores da economia.

Nesta sexta-feira, o governo de Cuba anunciou mais uma mudança. Uma medida publicada no diário oficial vai tornar mais rápidos os trâmites para que trabalhadores possam adquirir moradias estatais.

Com a medida, os funcionários públicos que alugam casas do Estado poderão ter a propriedade dessas habitações, além de deixá-las como herança para seus filhos.

Antes, eles corriam o risco de perder as casa quando se aposentassem.

Segundo o correspondente da BBC em Havana, Michael Voss, a nova medida publicada nesta sexta-feira vai beneficiar principalmente famílias de militares, trabalhadores nos setor de açúcar e de construção, médicos e professores.

No entanto, comprar e vender propriedades ainda continua proibido.

Mudanças Desde que assumiu oficialmente o lugar de seu irmão, Fidel Castro, em fevereiro, o presidente Raúl Castro introduziu uma série de reformas na ilha.

O governo já anunciou a permissão para que cubanos se hospedem em hotéis antes destinados exclusivamente a estrangeiros. Também permitiu que a população tenha acesso irrestrito a telefones celulares, eletrodomésticos, DVDs e computadores No início deste mês, o governo anunciou que vai ceder terras estatais ociosas a cooperativas e produtores privados, em uma medida destinada a impulsionar a produção de alimentos, café e fumo.

UOL

terça-feira, 1 de abril de 2008

Cuba vive série de pequenas revoluções diárias incentivadas por Raúl

01/04/2008 - 16h47

HAVANA, 1 Abr 2008 (AFP) - Todos os dias, os cubanos se vêem em meio a uma série de pequenas mudanças, incentivadas por Raúl Castro, que discreta e gradualmente tem implantado novos paradigmas na vida cotidiana da ilha.

Informados pelo que chamam de "rádio bemba" (comentário boca a boca), milhares de cubanos foram aos armazéns nesta terça-feira para comprar ou simplesmente ver os preços de uma série de produtos eletrônicos, com venda restringida desde 2003 devido ao déficit energético do país, segundo explicações oficiais.

Panelas de pressão elétricas, DVDs, vídeos e motos elétricas começaram a ser novamente disponibilizados; em breve, haverá também computadores, microondas e outros, que devem chegar aos armazéns a qualquer momento.

"Estou muito feliz com minha panelinha", disse à AFP Marlén Pérez, universitária que comprou nas "Galerías Paseo", uma das lojas mais populares de Havana.

A comercialização desses produtos é uma das proibições derrubadas por Raúl Castro, cinco semanas após ter sido eleito presidente em substituição a seu irmão, Fidel, que desistiu da reeleição devido a seu debilitado estado de saúde.

Na segunda-feira, os hotéis cubanos, reservados exclusivamente ao turismo internacional desde 1993, voltaram a abrir suas portas aos cubanos. A medida deve atrair para o país cubanos residentes no exterior, que viriam visitar a família.

Da mesma forma, cubanos agora também poderão alugar carros, e já circulam rumores de que a comercialização de automóveis particulares seria liberada em breve.

"Essas medidas são mais políticas que econômicas. Quem vai querer ir a um hotel ou alugar um carro? Mas ficamos felizes em saber que agora temos a liberdade de fazê-lo", comentou Alfredo Rodines, um engenheiro de 43 anos.

No dia próximo dia 14, começará a venda livre de linhas para telefones celulares, única das medidas anunciadas na imprensa. Raúl, general do Exército, pratica uma tática de avanço passo a passo, sem publicidade ou sobressaltos.

Em julho, quando ainda era presidente interino, Raúl anunciou a necessidade de realizar mudanças e reformas, "inclusive estruturais", na economia, em busca de mais eficiência.

Um debate nacional, lançado por Raúl - um militar com fama de pragmático, organizado e bom administrador -, deu margem a fortes expectativas por parte da população, que ele se encarregouy de moderar e de incentivar ao "trabalho duro" para que o país avance.

O novo presidente constatou que 51% da terra cultivável da ilha "está ociosa ou é subexplorada", um grave problema se forem levados em conta a alta global dos preços dos alimentos - por ano, a ilha importa 1,5 bilhão de dólares em produtos alimentícios.

Após a realização de um estudo, teve início uma verdadeira reforma agrária baseada na entrega massiva de terras ociosas, melhores preços a produtores e a descentralização de decisões em benefício dos municípios.

As novas Delegações Municipais de Agricultura são as peça fundamental do processo de descentralização. A partir de "um novo conceito", essas instâncias "terão autoridade para tomar decisões e assumir responsabilidades", além de explorar "toda a terra" e "aperfeiçoar a comercialização", informaram o jornal oficial Granma e a televisão estatal cubana.


UOL

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Fidel Castro continua a ter influência sobre governo de Cuba

29/02/2008 - 14h55

HAVANA (Reuters) - Fidel Castro pode ter se aposentado do cargo de presidente de Cuba na semana passada, após ficar 49 anos no poder, mas continua a ter alguma voz de comando.

Em um artigo publicado na sexta-feira, Fidel disse que foi sua a idéia de promover dois generais três estrelas para integrarem o gabinete de governo agora comandado por Raúl Castro, irmão mais novo dele.

Esses são os primeiros comentários feitos por Fidel desde que Raúl tornou-se, no domingo, o novo presidente de Cuba. As palavras do ex-dirigente parecem ter por objetivo afastar boatos sobre uma desavença entre os irmãos ou sobre uma militarização do atual governo cubano.

Fidel, 81, deixou claro que não tem nenhum cargo dentro da atual administração do país e disse que Raúl, 76, possui "todas a prerrogativas legais e constitucionais" para comandar Cuba.

O ex-presidente, que não aparece em público desde que ficou doente, 19 meses atrás, afirmou que seu irmão e sucessor consultou-o antes de nomear José Ramón Machado Ventura, um ideólogo da linha-dura do Partido Comunista, como vice-líder da ilha caribenha bem como ao escolher dois nomes para integrar o Conselho de Estado.

"Foi também uma decisão minha pedir ao comitê de nomeação que incluísse Leopoldo Cintra Frías e Álvaro López Miera na lista dos membros do Conselho de Estado", disse Fidel.

López Miera, 64, é chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e Cinta Frías, 66, comandante do Exército Ocidental da ilha.

Os dois generais lutaram em Angola e têm sido aliados fiéis dos irmãos Castro desde que ingressaram no movimento guerrilheiro deles, aos 15 anos de idade. A nomeação dos dois soma-se a de outros oficiais das Forças Armadas, indicando um aumento da participação dos militares no governo cubano.

"O tabuleiro apontou essas alternativas. Isso não foi resultado das supostas tendências militaristas de Raúl nem diz respeito a uma ferrenha luta entre gerações ou facções em torno do poder", escreveu Fidel.

Os adversários do ex-presidente, em especial os que pertencem à comunidade de exilados cubanos residente nos EUA, vêem na mudança de líderes uma farsa autoritária já que o convalescente Fidel continuaria dando as cartas desde os bastidores do poder.

Essa fatia dos cubanos alimentou a esperança de que o sistema de partido único de Cuba entrasse em colapso em julho de 2006, quando Fidel foi submetido a uma cirurgia intestinal de emergência devido a uma doença desconhecida e delegou poderes a seu irmão.

"Para muitas pessoas, nosso país era uma panela de pressão prestes a explodir", escreveu Fidel, acrescentando que essa "ilusão" não tinha se materializado.

"Pode-se agora ouvir o uivo dos lobos presos nas armadilhas", disse, no artigo. "Eles estão babando de raiva por causa da eleição de Machadito como primeiro vice-presidente."

(Reportagem de Anthony Boadle)

Fidel diz que Raúl Castro tem méritos para ser presidente

29/02/2008 - 13h51

da France Presse, em Havana

O ex-ditador cubano Fidel Castro afirmou que, apesar de ser consultado sobre o novo governo, não impôs seu critério e considera que seu irmão, Raúl, tem todas as qualidades necessárias para dirigir Cuba, segundo um novo artigo publicado nesta sexta-feira, o primeiro depois da nomeação do novo presidente no domingo passado.

"Raúl conta com todas as faculdades e prerrogativas legais e constitucionais para dirigir nosso país", afirmou Fidel, classificando de "palavras inteligentes e serenas" o discurso do irmão ao ser nomeado presidente na sessão parlamentar.

O líder cubano comentou que foi consultado sobre a designação como primeiro vice-presidente --no lugar de Raúl-- de José Ramón Machado, médico de 77 anos e dirigente histórico da linha dura do Partido Comunista.

"Não exigi ser consultado; isso foi decisão de Raúl e dos dirigentes principais do país", explicou.

Fidel destacou ainda a unidade em torno do governo de seu irmão. "Para muitos, nosso país era como uma caldeira cheia de vapor prestes a explodir. Eles se chocam com meio século de resistência heróica".

"Não são poucos os que têm vontade de ver uma súbita derrubada da Revolução heróica que resistiu e resiste a meio século de agressão imperiaista", concluiu.



terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Raúl Castro recebe secretário de Estado do Vaticano em Havana

26/02/2008 - 21h09

da Folha Online

O presidente de Cuba, Raúl Castro, recebeu nesta terça-feira o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, em seu primeiro encontro com uma autoridade estrangeira após ser eleito para substituir Fidel Castro.

Raúl Castro, 76, se reuniu com Bertone no Palácio da Revolução, em Havana, ao final de uma visita de seis dias à Ilha, na qual o número dois do Vaticano celebrou missas na capital, Santa Clara, Santiago de Cuba e Guantánamo.

O líder cubano, que vestia um terno azul, recebeu Bertone ao lado do vice-presidente, Carlos Lage, do chanceler Felipe Pérez Roque e de outros funcionários do governo cubano.

Ismael Francisco/AP
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcísio Bertone, durante visita à Universidade de Havana nesta terça-feira
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcísio Bertone, durante visita à Universidade de Havana nesta terça-feira

Antes do encontro, o secretário de Estado do Vaticano disse a jornalistas que as autoridades cubanas lhe prometeram "mais abertura na imprensa, no rádio e até na televisão".

Ainda não há informações sobre o conteúdo da reunião, mas Bertone, havia dito na segunda-feira que esperava participar de um encontro "claro, sincero, de troca com o presidente Raúl Castro", eleito pelo Parlamento no último domingo (24).

A reunião com Raúl era o último compromisso da apertada agenda que durante seis dias levou o número dois do Vaticano a várias cidades de Cuba, em comemoração à visita feita há dez anos pelo então papa João Paulo 2º à ilha.

A reunião com Raúl Castro, nomeado no domingo passado em substituição a seu irmão Fidel, que renunciou por razões de saúde após 49 anos no poder, ocorreu no Palácio da Revolução em Havana, sede do Conselho de Estado.

Escola de medicina

Nesta segunda-feira, Bertone afirmou que sua chegada à ilha coincidiu com "um momento especial, extraordinário", e disse que, na sua opinião, "Raúl Castro continuará (...) com uma visão, se possível for, de desenvolvimento", tanto em Cuba como no âmbito das relações internacionais.

Antes da reunião com o novo presidente, o enviado do Papa Bento 16 celebrou uma missa para religiosos salesianos e visitou a Escola Latino-Americana de Medicina, na qual estão matriculados dez mil jovens de 30 países, muitos deles católicos.

Ismael Francisco/AP
Tarcísio Bertone durante discurso na Universidade de Havana
Tarcísio Bertone durante discurso na Universidade de Havana

A estudante mexicana Mariana Paredes disse à agência de notícias Efe que era "uma honra para os estudantes" ter "a oportunidade de ver o enviado do Vaticano", e agradeceu ainda a Cuba pela oportunidade de estudar medicina.

Bertone se reuniu com cerca de 400 jovens do centro de ensino, e pediu a eles que no trato com os doentes não apenas "descubram as dores físicas", como também "essas dores espirituais que, com tato e afeto, podem também aliviar".

É a terceira visita de Bertone a Cuba --o religioso esteve na ilha em 2001, quando era secretário da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (Santo Ofício), e em 2005, como cardeal arcebispo de Gênova.

O cardeal declarou que agora poderia "debater, cara a cara, diversos problemas e de compartilhar várias metas" com representantes da direção do país e que "jamais" tinha podido "falar tanto com as autoridades cubanas como nesta terceira visita", algo que considerou "importante".

Nesta segunda, Bertone esteve reunido com o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, e em coletiva de imprensa posterior expressou ainda seu desejo de que as relações "sigam amadurecendo mais como nestes dez anos".

Bloqueio econômico

Após a reunião com o chanceler, Bertone declarou que o bloqueio econômico que os Estados Unidos mantêm contra Cuba há mais de 45 anos é "injusto e eticamente inaceitável".

Em uma ocorrência pouco habitual, o diário oficial "Granma" publicou nesta terça um comunicado divulgado na segunda-feira pelos bispos cubanos, e no qual conclamam o novo presidente a adotar "medidas transcendentais" para atender às "ânsias e inquietações expressadas pelos cubanos".

O enviado do Vaticano também esteve na Universidade de Havana, onde ministrou uma conferência para intelectuais e professores. Na ocasião, fez menção à necessidade de se encontrar "caminhos concretos" para que cultura e ética, igreja e sociedade, possam colaborar na construção de um mundo mais humano.

Bertone celebrou missas na Praça da Catedral de Havana, onde pediu um maior espaço para que a igreja cubana possa ampliar sua missão, e na cidade de Santa Clara (centro), onde inaugurou o primeiro monumento público a João Paulo 2º na ilha.

O religioso lembrou das mensagens do ex-papa e disse que "a família, a escola e a Igreja devem formar uma comunidade educativa onde os filhos de Cuba possam crescer em humanidade".

O cardeal recebeu uma demonstração de fervor de católicos no Santuário de Nossa Senhora da Caridad del Cobre, padroeira de Cuba.

Com Efe e France Presse

Cuba estuda como reduzir disparidades entre suas duas economias

26/02/2008 - 18h11

Por Marc Frank

HAVANA (Reuters) - O presidente Raúl Castro precisará de tempo para fortalecer o peso cubano e unir as duas moedas que circulam no país, mas há formas mais rápidas para melhorar o poder de compra e reduzir a insatisfação da população, segundo economistas.

O general de 76 anos, que no domingo sucedeu formalmente a seu irmão Fidel, disse no discurso de posse que está estudando uma revalorização "gradual e prudente" da moeda nacional.

Mas ele deu mais ênfase à melhoria da produção na economia centralizada e a reformas que reduzam a burocracia que afeta todos os aspectos do cotidiano na ilha.

Desde que assumiu provisoriamente o poder, em julho de 2006, Raúl convidou os cubanos a manifestarem abertamente suas preocupações. As principais reclamações foram com relação aos salários pagos pelo Estado, em torno de 350 pesos (15,75 dólares), o que não chega nem perto de atender às necessidades básicas --apesar do subsídio aos alimentos e à gratuidade da moradia, saúde e educação.

Os cubanos recebem salários na moeda nacional, mas vários produtos --como sabão e sapatos-- são vendidos em "pesos conversibles", que é cotado quase a 1 dólar. Um peso conversível compra 24 pesos cubanos.

"Você pode trabalhar o dia todo, mas no final tem de pedir roupas aos turistas, porque não basta. É humilhante", disse a varredora de ruas Rosa Elena, durante uma pausa do trabalho no bairro colonial da capital.

Para piorar as coisas, os bens vendidos a pesos conversíveis nas lojas estatais têm um ágio de pelo menos 240 por cento, usado para subsidiar os alimentos básicos.

"Uma forma de melhorar o poder de compra sem aumentar os salários seria reduzir o ágio e, portanto, os preços nas lojas de divisas, pelo menos dos produtos básicos", disse o economista Juan Triana.

"Dessa forma não haveria mais pesos em circulação, o que é uma grande preocupação", afirmou ele na segunda-feira à Associação Cubana das Nações Unidas.

Outros economistas concordam com Raúl que a prioridade deva ser melhorar a produtividade, especialmente de alimentos, o que iria reequilibrar o poder de compra sob as leis de oferta e procura.

"Nossos problemas se devem a uma escassez de produtos. O preço do tomate ou do porco não vai cair se não produzirmos mais", disse o economista cubano Omar Everleny. "Uma reavaliação tem de ser gradual, porque a questão fundamental é produtiva, não financeira."

Cerca de 60 por cento dos 11,2 milhões de habitantes de Cuba têm algum acesso a moedas fortes, principalmente por meio de remessas de parentes no exterior ou contato com turistas O resto tem de trocar seus pesos cubanos por pesos conversíveis para comprar os itens não-disponíveis na moeda nacional.

Simplesmente reduzir a cotação do peso conversível ou vincular as duas cotações sem fortalecer a economia provocaria instabilidade e inflação, segundo economistas.

"Se a plena unificação das moedas ainda não está ao alcance, o governo poderia alterar subsídios, preços e salários para reforçar agora o poder real de compra", disse Phil Peters, do Instituto Lexington, da Virginia (EUA).

"Isso começaria a resolver a insatisfação política, e talvez preparasse terreno para uma moeda única posteriormente."

(Tradução Redação São Paulo, 5511 5644-7745)

REUTERS CP

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

À frente de Cuba, Raúl Castro deve enfrentar desafio das reformas

25/02/2008 - 13h05

da Folha Online

Nomeado sucessor de Fidel Castro na Presidência de Cuba pela Assembléia Nacional, Raúl Castro, 76, deve enfrentar a partir desta segunda-feira o desafio das reformas esperadas pelos cubanos, depois de quase meio século de mandato de seu irmão mais velho.

O general já governava Cuba interinamente desde julho de 2006, devido aos problemas de saúde de Fidel, que culminaram em sua renúncia ao cargo na última terça-feira (19).

Ismael Francisco/AP
Raúl Castro foi eleito presidente de Cuba pela Assembléia Nacional no domingo (24)
Raúl Castro foi eleito presidente de Cuba pela Assembléia Nacional no domingo (24)

Considerado favorito para suceder Fidel, Raúl tornou-se o virtual novo presidente quando encabeçou a uma lista única de candidatos apresentada à Assembléia, que ratificou a cédula e o elegeu novo mandatário da ilha.

Neste domingo, durante o discurso de posse, ele prometeu fazer reformas, mas disse que manterá a economia "dentro do socialismo", e fez uma série de referências ao irmão Fidel.

No discurso, Raúl disse que não desviará a ilha do socialismo, e que seu irmão continuará a ser consultado sobre questão importantes. "Fidel é Fidel. Ele é insubstituível", disse Raúl.

O novo presidente prometeu, no entanto, "eliminar proibições" na ilha, mas reconheceu o legado de seu irmão, que ficou mais de 49 anos a frente do poder.

'Nas próximas semanas, começaremos a eliminar as [proibições] mais simples, já que muitas delas tiveram como objetivo evitar o surgimento de novas desigualdades em um momento de escassez generalizada', declarou durante seu discurso de posse.

Ele não detalhou quando e quais serão as proibições que serão anuladas.

O general também afirmou que vai rever o tamanho do Estado cubano, tendo por objetivo tornar sua gestão 'mais eficiente'.

Marcelo Katsuki/Arte Folha

Mudanças

Para analistas, as mudanças implementadas por Raúl devem ser "cautelosas". "Acredito que Raúl fará algumas reformas modestas no futuro próximo", disse Archibald Ritter, especialista em Cuba da Universidade de Carleton, em Ottawa (Canadá), à agência de notícias Reuters.

No entanto, a primeira medida anunciada por Raúl foi a nomeação de José Ramon Machado Ventura, 77, um comunista linha-dura, para ser seu vice, afastando o vice de Fidel Carlos Lage, 56, que era mais identificado com as pequenas mudanças econômicas dos anos 90.

Raúl, que já foi um comunista linha-dura que supervisionava as execuções de inimigos da revolução, vem encorajando o debate moderado nos últimos meses, e pediu que os cubanos expressem publicamente suas preocupações a respeito da vida na ilha caribenha.

"Ele abriu a caixa de Pandora", disse o cubano Carmelo Mesa-Lago, professor da Universidade de Pittsburgh, à agência Reuters.

"Se introduzir apenas mudanças pequenas e cosméticas, a frustração apenas crescerá".

Viva Fidel

Um dos mandatários mais próximos a Fidel, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi o primeiro chefe de Estado a enviar uma felicitação ao novo presidente de Cubano.

"Raúl sempre esteve ali, praticamente invisível, mas trabalhando o mais possível, fiel à revolução, ao povo cubano e fiel até a medula ao seu irmão mais velho, Fidel Castro", disse Chávez, em um programa de televisão.

"Fidel, camarada, vai aqui um abraço, você segue sempre sendo o comandante Fidel. Viva Raúl, viva Fidel, viva Cuba!", acrescentou o presidente venezuelano, pedindo a seus seguidores e membros do gabinete uma salva de palmas para Raúl.

Com Associated Press, Efe e France Presse



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Niemeyer diz que Fidel continua na luta contra imperialismo

19/02/2008 - 17h42

Por Fernanda Ezabella

SÃO PAULO (Reuters) - O arquiteto carioca Oscar Niemeyer, comunista histórico e citado no texto de renúncia à Presidência de Fidel Castro, acredita que os embates entre Cuba e os Estados Unidos irão continuar e que o líder não abandonará a luta.

"É claro que, apesar da tristeza com que o povo cubano acompanha os acontecimentos que se seguem à renúncia de Fidel, sobra para ele e toda a América Latina a certeza de que o grande líder continuará a participar desta luta contra as forças reacionárias do imperialismo norte-americano", escreveu Niemeyer em uma nota à imprensa.

Na mensagem anunciando sua saída, publicada nesta terça-feira, Fidel, de 81 anos, citou o amigo, dizendo "penso como Niemeyer, que se deve ser consequente até o final".

Niemeyer, 100 anos, nunca visitou Cuba, mas já recebeu Fidel em seu escritório em Copacabana. Ele também desenhou diversos projetos não realizados para a ilha, como a embaixada brasileira.

Recentemente foi inaugurada em Havana uma escultura de aço de Niemeyer, de quase 10 toneladas, na qual aparece um monstro indo contra um pequeno homem segurando a bandeira de Cuba estilizada. A obra representaria, nas palavras de Niemeyer, "a luta contra o imperialismo".

"CRÔNICA DA RENÚNCIA ANUNCIADA"

Para a historiadora Claudia Furiati, autora de "Fidel Castro: Uma Biografia Consentida", a notícia da saída do líder cubano "era uma crônica da renúncia anunciada".

"Antes mesmo da doença dele, Fidel já vinha passando pouco a pouco suas atribuições a outras pessoas, todas do círculo cubano, entre elas o próprio irmão dele, Raúl", disse Furiati, que pressentiu essa saída estratégica desde que terminou seu livro, na virada do século.

Ao contrário de Niemeyer, Furiati acha que a renúncia do líder pode dar início a um relaxamento das tensões entre Cuba e EUA, que impõem à ilha um embargo econômico desde 1962.

"Claro que isso não depende só de Cuba, depende também do que vai acontecer após as eleições lá nos EUA", disse Furiati.

Sobre o futuro de Cuba, ela acha que a ilha vai continuar se modificando, embora seja difícil prever até quando.

"Hoje é um socialismo cubano com agentes capitalistas. Não é mais um socialismo puro, ortodoxo. Acho que essas mudanças vão continuar se processando. Mas se vai virar capitalista, aí não saberia dizer."

(Edição de Mair Pena Neto)



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Após 49 anos, ditador Fidel Castro renuncia ao poder em Cuba

19/02/2008 - 09h43

da Folha Online

Após quase meio século à frente do poder em Cuba e aos 81 anos de idade, o ditador Fidel Castro renunciou nesta terça-feira, dizendo que não aceitará cumprir um novo mandato na Presidência após a reunião do Parlamento cubano, prevista para domingo (24).

A renúncia abre caminho para que seu irmão, Raúl Castro, 76, implemente reformas no país. Ele assumiu interinamente o poder depois que Fidel adoeceu, em 31 de julho de 2006.

Claudia Daut/Reuters
Após Fidel declarar sua revolução socialista, cuba sofreu embargo dos EUA
Após 49 anos à frente do poder, ditador cubano Fidel Castro renuncia ao cargo por "falta de condições físicas" para continuar

"Meu desejo sempre foi cumprir minhas tarefas até o meu último suspiro", escreveu Fidel em uma carta publicada nesta terça-feira no site na internet do jornal "Granma". "No entanto, seria uma traição à minha consciência assumir uma responsabilidade que exige mobilidade e e dedicação que não estou em condições físicas de cumprir", escreveu o ditador cubano.

Ao fim de sua mensagem, Fidel se refere ao processo político cubano, e afirma que conta "com a autoridade e a experiência para garantir plenamente a sua substituição". Na carta, ele diz que não retornará à Presidência do país e que seu irmão Raúl será o novo presidente.

Fidel cedeu temporariamente o poder ao irmão depois de passar por uma cirurgia intestinal. Desde então, ele não foi mais visto em público, aparecendo apenas esporadicamente em fotos e gravações oficiais, e publicando artigos sobre várias questões internacionais.

Na carta, ele afirmou ainda que não participará da reunião da Assembléia Nacional, no próximo dia 24, para escolher os 31 membros do Conselho de Estado (Poder Executivo).

Fidel continuará como membro do Parlamento, mas não será mais o presidente do órgão.

A mulher de Raúl Castro, Vilma Espin, manteve sua cadeira no Conselho no ano passado até a sua morte, mesmo estando, durante meses muito doente para comparecer às reuniões.

Reunião

A nova Assembléia Nacional, eleita no fim de Janeiro, tem até 45 dias para escolher o chefe do governo do país.

Desde 1976, Fidel vinha sendo eleito e ratificado em todas as eleições, que se realizam a cada cinco anos.

No último sábado (16), Fidel havia aumentado a expectativa sobre sua decisão ao anunciar que "na próxima reflexão, abordarei um tema de interesse de muitos compatriotas".

Em mensagens que escreveu em dezembro, Fidel afirmou que não se apega ao poder, não obstrui as novas gerações e expressou seu apoio a Raúl, que desatou a ansiedade da população ao anunciar "mudanças" para enfrentar os graves problemas do país e ao criticar o "excesso de proibições".

Raúl desperta esperanças de mudanças econômicas que melhorem o cotidiano dos cubanos, e analistas dizem que a transferência formal do cargo lhe daria força para implementar tais reformas.

Era Fidel

Castro assumiu o poder em Cuba em 1959, e transformou o país em um Estado comunista.

Marcelo Katsuki/Arte Folha

Durante os 49 anos à frente do poder, ele sobreviveu a tentativas de assassinato e a uma invasão da ilha apoiada pela CIA [inteligência americana]. Dez administrações americanas tentaram derrubá-lo. A mais famosa tentativa foi a invasão da Baía dos Porcos, em 1961.

Os partidários de Fidel o admiravam pela habilidade de garantir alto nível nos serviços de educação e saúde para os cidadãos, embora permanecesse independente dos EUA. Já seus opositores o chamavam de ditador cujo governo totalitário negava as liberdades civis.

Em 16 de abril de 1961, Fidel declarou sua revolução socialista. Um dia depois, ele derrotou a tentativa de invasão da Baía dos Porcos, apoiada pela CIA.

Os EUA embargaram a economia de Cuba, e a inteligência americana planejou matá-lo.

A hostilidade chegou ao seu auge em 1962, com a crise em torno dos mísseis cubanos.

Com o colapso da ex-União Soviética, a Cuba entrou em crise econômica, mas se recuperou durante a década de 90, com o boom do turismo.

EUA

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou nesta terça-feira que a renúncia de Fidel Castro "deve ser o começo da transição democrática em Cuba".

"A comunidade internacional deveria trabalhar com o povo cubano para começar a construir instituições para a democracia", disse Bush na entrevista coletiva que ofereceu em Kigali, capital de Ruanda. O presidente americano está em uma viagem por vários países da África.

"Eventualmente, esta transição deveria acabar em eleições livres e justas", disse.

Bush visitou em Ruanda um memorial das vítimas do genocídio no país em 1994, quando 800 mil pessoas foram mortas, sobretudo membros da etnia tutsi.