domingo, 15 de junho de 2008

Chávez anuncia que visitará amanhã o líder cubano Fidel Castro

Caracas, 15 jun (EFE).- O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou hoje que amanhã visitará o líder cubano Fidel Castro, com quem terá uma "reunião de trabalho".

"Amanhã, vou visitar Fidel. Tenho reunião com Fidel, vamos trabalhar", disse Chávez, sem dar mais detalhes, durante seu programa de rádio e televisão dominical "Alô, Presidente".

De um centro de recuperação oficial, nos arredores de Caracas, o presidente conversou com um grupo circense cubano.

Como é habitual, Chávez elogiou Fidel Castro, a quem chamou de "pai nosso" e o felicitou por ocasião do Dia dos Pais na Venezuela.

O líder da revolução bolivariana também celebrou os 80 anos do nascimento do guerrilheiro Ernerto "Che" Guevara, lembrado neste sábado.

"Viva Fidel, amanhã estarei (...). Viva o 'Che' Guevara, que ontem completou 80 anos", disse o chefe de Estado venezuelano.

Chávez realizou em 8 de março uma visita não anunciada a Havana, na qual se reuniu com o presidente cubano, Raúl Castro, e também se reuniu com Fidel Castro, a quem encontrou em "boas condições físicas, dentro de suas circunstâncias", disse em Caracas três dias depois.

Desde que Fidel Castro se afastou devido a sua doença, em julho de 2006, Chávez viajou à ilha pelo menos oito vezes, por motivos oficiais ou em breves escalas, e sempre se reuniu com o líder cubano.

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terça-feira, 10 de junho de 2008

Oposição cubana prefere que Obama ganhe eleições dos EUA

da Efe, em Havana

A oposição interna de Cuba prefere que o próximo presidente dos Estados Unidos seja o democrata Barack Obama já que ele favorece reformas na ilha com sua política externa de diálogo aberto.

O economista Óscar Espinosa, um dos 75 opositores condenados na onda repressiva de 2003 do governo de Fidel Castro, diz que a vitória de Obama nas eleições presidenciais contra o republicano John McCain seria "muito positiva para Cuba" e garantiria "uma mudança de uma política cuja prática tem servido para manter o totalitarismo em Cuba e tem sido muito prejudicial".

"Uma atitude flexível como a de Obama pode ajudar os setores reformistas presentes no governo, no partido comunista e na sociedade cubana", afirmou Espinosa, que tem licença extra-penal por motivos de saúde.

O também dissidente Vladimiro Roca explicou que "a proposta do candidato democrata é a mais sensata", mas também a menos conveniente para o governo cubano, porque "rompe o esquema de sítio que mantém para justificar a repressão".

Para Roca, McCain, que provavelmente manteria a política de embargo a Cuba do presidente George W. Bush, ajudaria "a linha dura e o enfrentamento verbal para manter o status de que são um país sitiado pela maior potência do mundo".

Outro dissidente, Manuel Cuesta Morúa, do moderado Arco Progressista, destacou que o "discurso e a possível eleição de Obama não chegam em um bom momento porque, embora seja paradoxo, para que o governo possa realizar reformas, é necessário que McCain ganhe as eleições".

Segundo Morúa, a pressão sobre os EUA seria muito maior caso Obama ganhe as eleições, o "império perderia visibilidade para o povo cubano".

Segundo analistas consultados pela agência de notícias internacionais Efe, a perspectiva de uma mudança na política norte-americana com o novo presidente forçará Cuba a repensar sua estratégia com os Estados Unidos.

Sem descartar confrontos pontuais, como quando os candidatos forem a Miami, em reduto de exilados cubanos nos EUA, analistas concordam em dizer que o governo de Raúl Castro manterá um "perfil baixo" nos próximos meses, sem propagar acusações.

"A posição do governo diante da campanha presidencial dos EUA deve ser de perfil baixo, porque já não há discursos e não é a mesma coisa falar e escrever uma nota em um jornal", disse um dos analistas, em referência aos extintos discursos de Fidel.

Oposição, diplomatas e analistas esperam para ver a reação do atual líder cubano Raul Castro com a saída gradual de seu irmão, Fidel Castro, do governo que ditou por décadas.

Fidel

Fidel não aparece em público desde janeiro deste ano, mas escreve freqüentemente sobre as eleições norte-americanas em sua coluna "Reflexões", publicada pelos veículos governistas da ilha.

Castro criticou Obama em maio por anunciar que manteria o embargo à ilha e dizer que Cuba vivia sob uma ditadura. Contudo, ele afirmou que "do ponto de vista social e humano, é o candidato mais avançado" e que "não foi responsável pelos crimes cometidos pelos EUA contra Cuba e contra a humanidade".

Segundo suas colunas, Castro prefere a vitória de Obama porque "faria um enorme favor a seus adversários".

Fidel acusou McCain de ser um "instrumento da máfia" e chamou-o de "débil" em situações difíceis, mentiroso e defensor dos terroristas.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Cuba quer substituir metade de importações de arroz em cinco anos

Havana, 3 jun (EFE) - O vice-ministro de Agricultura cubano, Juan Pérez Lama, afirmou hoje que o Governo tem um plano para reduzir em 50% em cinco anos as importações de arroz, o que incluirá o fornecimento de provisões e equipamento.

Cuba produz atualmente 250 mil toneladas de arroz e no ano passado importou 600 mil toneladas, principalmente do Vietnã e da China, com um preço no mercado internacional que oscilou entre os US$ 400 a tonelada no começo do ano e os US$ 1.200.

"Fizemos o programa a cinco anos, aos cinco anos avaliamos", disse hoje Pérez Lama, após participar do 4º Congresso Internacional do Arroz em Havana.

Segundo o vice-ministro, a base produtora será estatal.

Em sua apresentação, o vice-ministro indicou que o aumento da produção será realizado com a estratégia de recuperar 150 mil hectares dos antigos arrozais, a incorporação de outros 150 mil hectares de novas áreas e o aumento dos rendimentos, mas não precisou o valor total do investimento.

O vice-ministro indicou que o custo médio de produção da tonelada em Cuba se encontra acima dos US$ 250 por tonelada, quantidade que chega aos US$ 430 no caso do cultivo especializado desse grão.

"Sempre o custo de produção de arroz no país foi mais barato que hoje o da importação, isso não foi assim há muito tempo", disse.

Ele explicou que pela alta demanda de água a qual requer o arroz, apesar de ter havido "os recursos e as condições", a seca que atingiu especialmente o leste cubano nos últimos anos não permitia um aumento da produção de arroz.

O plano prevê, disse, a "asseguração de recursos integral, investimentos de maquinaria, manutenção de irrigação, indústria e insumos (provisões) produtivos".

O Governo do presidente Raúl Castro confia em que as reformas introduzidas no setor agrícola cubano começarão a dar resultados em sua balança comercial a partir de 2009, com a queda das importações de alimentos de entre 5% e 10%.

Cuba antecipa um "reordenamento" do setor agrícola, imerso em uma precária e deprimida situação, com base na descentralização administrativa, na entrega de meios a camponeses e cooperativas, melhores preços para os produtores e terras em usufruto para aqueles que pedirem.

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