sábado, 25 de abril de 2009

Mantega pede a entrada de Cuba no FMI

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse neste sábado, em Washington, que chegou a hora de Cuba voltar a integrar o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O pedido de Mantega foi feito durante seu pronunciamento no Comitê Internacional Monetário e de Finanças do FMI e reiterado após o discurso, durante uma entrevista coletiva realizada na sede do Fundo.

"Pedi a entrada de Cuba no FMI. Cuba foi marginalizada durante todo esse tempo de qualquer atividade econômica. E hoje não há mais nenhuma razão para que isso aconteça. Nós temos notado que há um relaxamento inclusive dos Estados Unidos. Dentro desse clima de entendimento, um passo adicional seria que Cuba também participasse do Fundo Monetário'', disse Mantega a um grupo de jornalistas.

Cuba se retirou do FMI em 1964, no auge da Guerra Fria e dois anos após os Estados Unidos ter decretado um embargo econômico contra o país caribenho. O FMI conta com 185 países membros. Entre os poucos que não fazem parte do órgão estão nações como Taiwan, Cuba e Coréia do Norte. Em seu discurso, Mantega afirmou que "'o FMI se orgulha, com razão, do seu caráter universal. Isso, porém, poderia ser melhorado, corrigindo uma omissão que perdura por muito tempo. Refiro-me, naturalmente, a Cuba, o único país do Hemisfério Ocidental que não é membro da instituição. É chegada a hora de abrirmos as portas para Cuba''.

Virar a página Mantega disse que seu pedido foi feito de comum acordo com Brasília e que a nação caribenha está hoje num processo de reintegração na economia mundial. "Precisamos virar esta página porque isso também ajuda as mudanças internas (em Cuba).'' "Eu não posso falar por Cuba, caberá a Cuba se manifestar, fazer um pedido formal. Agora, é melhor ela fazer um pedido formal se as portas estiverem abertas do que se as portas estiverem fechadas'', acrescentou.

Ao mesmo tempo em que defendeu, inesperadamente, a inclusão de Cuba no FMI, Mantega criou mal-estar com a delegação da Espanha no FMI após ter dito que o país não poderá participar de futuros encontros do G20 porque não é membro do bloco e acrescentou que não se pode dar continuidade à prática de convidar para reuniões nações que não integram o G20. Na sexta-feira, os Estados Unidos não convidaram a Espanha a participar da reunião ministerial do G20 realizada em Washington, logo após o encontro do G7. "O G20 está composto por 20 países e ponto. O que não dá é para, numa reunião, o país chegar e falar: agora, vou convidar a Tchecoslováquia, agora eu resolvi convidar o Paraguai'', afirmou.

Mal-estar Os comentários de Mantega sobre a Espanha, feitos durante a conversa com jornalistas, foram divulgados em sites de notícias espanhóis.

Para dissipar o potencial estrago de suas declarações, Mantega se reuniu pouco depois com a ministra da Fazenda da Espanha, Helena Salgado, voltou a falar com jornalistas e recuou em relação às suas afirmações anteriores.

"O que temos que fazer é discutir as regras de funcionamento do G20. O G20 tem 20 membros. Não é possível que cada membro traga uma nova pessoa, porque, senão rapidamente o G20 viraria G30, G40, sem critério." "Não foi uma posição contra a Espanha. Não havia qualquer razão para um impedimento por parte do Brasil sobre a participação espanhola. Se me perguntassem que país deveria participar do G20, eu diria que é a Espanha'', afirmou Mantega, contradizendo o que havia afirmado anteriormente.

* do UOL Notícias

sábado, 18 de abril de 2009

Castro responde a Obama O mero enunciado dos direitos e liberdades suprimidos em Cuba é uma resposta política de Raúl a ओबामा (O Estado de S. Paulo)

O Globo

Aproximação entre EUA e Cuba avança
Hillary e Raúl admitem erros passados, e Obama pede novo começo com a ilha

No momento de maior degelo das relações entre EUA e Cuba desde a decretação do embargo comercial à ilha, há 47 anos, o presidente americano, Barack Obama, disse ontem que deseja “um novo começo” com o país. A declaração de Obama, feita na abertura da Cúpula das Américas, se seguiu ao reconhecimento de erros do passado por ambas as partes. A secretária de Estados dos EUA, Hillary Clinton, reconheceu que a política de embargo fracassou, depois que o presidente de Cuba, Raúl Castro, se disse disposto a negociar “tudo”. As atitudes de Obama e Castro eclipsaram o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que cumprimentou o americano, sorridente, e disse: “Quero ser seu amigo”. (págs. 1, 26 e 27)


Lula e Chávez, estratégias opostas
Na disputa pelo papel principal na Cúpula das Américas, Lula e Chávez têm estratégias opostas: o brasileiro reforça sua liderança atenuando os conflitos que o venezuelano insiste em instigar. (págs. 1 e 27)

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Folha de S. Paulo

Obama propõe ‘novo começo’ com cubanos
O presidente Barack Obama disse na abertura da Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, que os EUA buscam “novo começo” com Cuba, relata Sérgio Dávila. Sobre as relações com o continente, Obama repetiu o que dissera sobre o Brasil. “Não há parceiro sênior e parceiro júnior, há engajamento baseado em respeito mútuo, interesses comuns e valores compartilhados”, disse. Ele cumprimentou o venezuelano Hugo Chávez, que declarou querer ser “amigo” de Obama. (págs. 1 e A13)


Clóvis Rossi – Contagem regressiva para o término do embargo já começou
Começou a contagem regressiva para o fim do embargo dos EUA a Cuba. Raúl Castro se diz disposto a conversar sobre todos os temas. Hillary Clinton devolve na mesma moeda. Acabarão fatalmente conversando, pois é do interesse mútuo. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Obama pede ‘novo começo’ nas relações com Cuba
Em mais um gesto de aproximação, presidente fala em contato direto

O presidente Barack Obama afirmou que os EUA querem “um novo começo” em relação a Cuba. Obama fez a declaração ao chegar a Trinidad e Tobago, para participar da Cúpula das Américas. “Precisamos superar décadas de desconfiança. Gostaríamos de falar com os líderes cubanos sobre direitos humanos, reforma democrática e questões econômicas”, disse Obama. Havana e Washington vêm trocando gestos de aproximação. A Casa Branca se disse “impressionada” com a declaração do presidente cubano, Raúl Castro, que se dispôs a discutir “tudo” com os EUA. Mas afirmou esperar atos concretos, como a soltura de presos políticos. Apesar dos progressos, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaça boicotar a declaração da cúpula por causa de Cuba. (págs. 1, A18 e A19)

OEA discutirá volta de Havana
O secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, disse que pedirá aos integrantes da organização que readmitam Cuba. A próxima reunião será em junho. Cuba foi suspensa em 1962, no auge da Guerra Fria. (págs. 1 e A12)


Notas e Informações – Castro responde a Obama
O mero enunciado dos direitos e liberdades suprimidos em Cuba é uma resposta política de Raúl a Obama. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Amigos
Sem provocações – Oito anos após o último cumprimento entre o presidente venezuelano e um líder americano, Chávez e Obama deram um aperto de mãos, ontem, na Cúpula das Américas. (pág. 1, Internacional e pág. A21)

Tempestade ainda não se dissipou
Paul Krugman – Obama vê “brilhos de esperança”, e o mercado tem estado frenético. É a hora de soar o alarme de que os céus estão limpos? Não. Dou quatro razões para cautela. (pág. 1, Economia e pág. A19)

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Correio Braziliense

Obama prega mudança entre EUA e Cuba
Na chegada à 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, presidente norte-americano defende nova relação com a ilha e agrada aliados de Fidel como Hugo Chávez. (págs. 1, 26 e 27)

domingo, 12 de abril de 2009

Cúpula das Américas deixa questão cubana para a OEA

da Folha Online

O ex-ditador cubano Fidel Castro antecipou-se a toda a mídia do continente americano ao anunciar que o comunicado final da 5ª Cúpula das Américas, que será realizada no fim desta semana, em Trinidad e Tobago, não trata de Cuba.

Segundo reportagem de Clóvis Rossi, publicada neste domingo na Folha de S. Paulo, o texto já foi acordado pelos representantes dos 34 países participantes (Cuba é o único país das Américas excluído), e seus cem parágrafos não mencionam nem de passagem a ilha caribenha.

Em pelo menos um trecho, afirma Rossi, o parágrafo 51 do rascunho que o governo americano liberou, há o que se pode ler como explicação para a exclusão. Diz: "Todas as nossas aspirações e metas para as Américas dependem de democracias fortes, boa governança, vigência da lei e respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais".

Será preciso um enorme contorcionismo retórico para que até os mais próximos aliados de Cuba --Venezuela e Bolívia-- digam que a ilha se enquadra nesses conceitos, constantes do texto com o qual concordaram, pelo menos até agora.