sábado, 17 de outubro de 2009

Morales e Chávez desafiam Obama a honrar Nobel suspendendo bloqueio a Cuba

Cochabamba (Bolívia), 17 out (EFE).- Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Hugo Chávez, desafiaram hoje o chefe de Estado americano, Barack Obama, a fazer por merecer o Nobel da Paz recém-conquistado suspendendo o bloqueio econômico imposto a Cuba.

Tanto Morales como Chávez, que participam da cúpula da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), disseram que os Estados Unidos deveriam suspender o embargo, imposto em 1962.

"Obama não merece (o Nobel). É preciso ver o acontece nos próximos anos. Veremos se ele o merece", afirmou o chefe de Estado venezuelano.

Por sua vez, Morales desafiou Obama suspender o bloqueio contra Cuba e lembrou que, em 28 de outubro, as Nações Unidas votarão a favor ou contra da continuidade da medida.

"Só dois países rejeitam a suspensão do bloqueio econômico: Israel e EUA. Obama tem que cumprir este mandato do mundo e suspender o embargo econômico. Ele tem dois caminhos: se submeter ao mundo ou se submeter a Israel", afirmou.

Os países da aprovarão hoje uma declaração contra o bloqueio econômico e comercial dos EUA a Cuba durante a cúpula que acontece na cidade de Cochabamba, no centro da Bolívia.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Alunos cubanos são melhores que os brasileiros porque seus professores sabem mais, diz pesquisador dos EUA

Simone Harnik
Em São Paulo
Avaliações internacionais revelam que o desempenho de estudantes cubanos em matemática e linguagem é bastante superior ao dos brasileiros. E, segundo o pesquisador da Universidade de Stanford Martin Carnoy, há uma razão para essa performance diferenciada na ilha de Fidel: lá a qualificação dos docentes é melhor e o envolvimento, maior.

"A causa principal [para Cuba se destacar nas provas] é que os professores têm mais domínio da disciplina e têm uma clara ideia de como ensiná-la", afirmou o pesquisador ao UOL Educação.

Carnoy estudou as diferenças nos sistemas de ensino do Brasil, de Cuba, e do Chile. Os resultados foram sintetizados no livro "A vantagem acadêmica de Cuba", publicado no Brasil pela Ediouro em parceria com a Fundação Lemann. Durante a última semana, o acadêmico ministrou palestras divulgando o trabalho no país



Simone Harnik/UOL
O pesquisador norte-americano Martin Carnoy, em palestra da Fundação Lemann, na Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), na última quarta-feira (5)

A boa formação do magistério em Cuba é traduzida em alta cobrança aos estudantes - e isso cria um círculo virtuoso, já que os melhores alunos acabam se tornando professores no futuro. "Tudo isso acontece, porque o sistema apoia o professor, ensinando-o a lecionar", diz.

Segundo o norte-americano, no Brasil, a maior parte dos docentes não é formada nas melhores universidades - que, por sua vez, pouco abordam a didática das disciplinas. "Os professores brasileiros não são ensinados a ensinar o currículo. Eles estudam teorias e têm de aprender a lecionar na prática, o que não é um bom método", avalia.

Diretores envolvidos
Além disso, a função do diretor da instituição de ensino em Cuba, afirma o pesquisador, é bem definida: "Ele é responsável pelo nível de instrução de cada estudante. Os diretores sabem exatamente o que cada aluno está aprendendo, sabem o que acontece na escola e com a família". "No Brasil, este papel não é claro. Raramente os diretores visitam as salas de aula", acrescenta.

E o trabalho desse gestor na ilha é beneficiado pelo rigor de um conteúdo programático centralizado. "Em Cuba, não há diversidade no currículo. Em qualquer lugar do país, os estudantes devem aprender a mesma matéria ao mesmo tempo. Isso não acontece no Brasil, há muita diversidade nos currículos", opina.

A abertura no currículo e a falta de rigor sobre o que deve ser ensinado tornam-se mais preocupantes, associados ao fato de que os alunos brasileiros são dispersos e menos solicitados a realizarem exercícios individuais ou coletivos durante as aulas - eles passam pouco tempo em cada tarefa. Em seu estudo de campo, Carnoy verificou isso filmando aulas de matemática nos dois países.

"Os estudantes cubanos recebem uma folha para resolverem problemas. Depois do trabalho, eles discutem de verdade os erros. No Brasil, ainda há professores que passam a matéria na lousa. Os alunos são chamados para resolverem no quadro-negro e, se erram, os professores apagam e não debatem", relata. "É possível mudar essa situação, o que vai exigir muito esforço e vontade política."

Contexto social
O contexto social, de acordo com Carnoy, é outro fator relevante na análise das notas. "Cuba é uma sociedade centralizada e há grande ênfase na educação. O Estado garante que as crianças recebam uma boa educação e saúde", aponta.

O cuidado com a saúde cubano leva ainda a uma nutrição mais vigorosa do corpo discente. Além disso, diz Carnoy, em Cuba praticamente não existe trabalho infantil e violência escolar. As crianças estudam em um ambiente mais seguro e menos desigual que o brasileiro.

"O contexto social em Cuba é muito melhor para as crianças com baixa renda. No Brasil, 40% dos pobres ou muito pobres vivem em condições muito difíceis para aprenderem", diz.

Mas, não, Carnoy não apoia o regime político fechado e autoritário da ilha. "Valorizo a liberdade, e esta é uma questão a se pensar. Vivo em uma sociedade que é muito desigual - 25% das crianças norte-americanas vivem na pobreza e não têm liberdades.

Já, em Cuba, os adultos têm poucas liberdades, mas as crianças têm o direito de crescerem saudáveis", relativiza.


UOL Celular

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Obama mantém política de intromissões na América Latina, diz "Granma"

colaboração para a Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dá continuidade à política de seu antecessor, George W. Bush (2201-2009), de intromissões na América Latina, afirmou nesta sexta-feira o jornal oficial cubano "Granma", ao criticar sua posição diante da crise em Honduras e sua suposta expansão militar na região.

O "Granma", porta-voz do governante Partido Comunista, afirma que Obama "pretendeu tomar distância de seu antecessor nos vínculos com a América Latina", durante a Cúpula das Américas, em abril, mas "os últimos passos mostram que seu governo é continuador da política de intervenção de Bush".

"O golpe de Estado em Honduras confirma isso. Washington manteve uma via dupla que, na prática, serve para os golpistas ganharem tempo, sobretudo para reprimir e tentar dobrar a resistência das organizações populares", afirma o jornal em um artigo intitulado "A Casa Branca mantém sua exalação bushista".

O texto diz que 'a posição ambivalente da Casa Branca encoraja as autoridades 'de fato'" que expulsaram o presidente Manuel Zelaya de Honduras há um mês, e aponta que o país "parecesse não estar no mapa para Obama".

O "Granma" disse que entre a Casa Branca e a direita americana "as diferenças parecem somente políticas, quando se trata de reverter o processo de mudanças na América Latina".

Segundo o jornal, os dois atacam a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), formada pela Venezuela, Nicarágua, Honduras, Bolívia, Cuba, Equador e ilhas do Caribe.

Além disso, o artigo ressalta que Obama "levará a um nível superior o Plano Colômbia de Bush", para expandir a presença militar de Washington no país, o que qualifica de "estrutura militar e de espionagem", com os alvos postos nos governos de Caracas e de Quito.

Venezuela

O "Granma" detalha ainda alguns "sinais" de Washington que, em sua opinião, deixam clara sua 'hostilidade' com o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Para o jornal, a Casa Branca "elevou o nível" de uma visita de dirigentes da oposição venezuelana a Washington, liderados pelo prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

Também lembrou que, após o golpe em Honduras, a secretária de Estado, Hillary Clinton, concedeu uma entrevista em seu escritório ao canal venezuelano Globovisión, dizendo que teve 'uma ativa participação no golpe de Estado em abril de 2002 e na greve petroleira contra o presidente Chávez".

"Washington sabe bem disso e Hillary parece não esconder sua simpatia pelo papel desestabilizador que esse meio golpista desempenha contra o Governo de Chávez", acrescentou o 'Granma'.

Honduras

Na semana passada, o ex-ditador cubano Fidel Castro desqualificou a mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, no conflito político em Honduras e disse que os Estados Unidos atribuíram essa responsabilidade para "ganhar tempo" a favor do governo interino.

Em um artigo publicado na imprensa oficial, Fidel, 82, distante da vida pública desde que ficou doente há quase três anos, disse que Arias é "um político neoliberal, talentoso e possui facilidade com as palavras, extremamente calculista e aliado fiel dos EUA".

"Após duas semanas de crescente luta popular, os EUA fizeram manobras para ganhar tempo. O Departamento de Estado atribuiu a Oscar Arias [...] a tarefa de auxiliar o golpe militar em Honduras, assediado pela vigorosa, mas pacífica pressão popular", afirmou.

O ex-líder cubano disse na semana passada que as negociações eram uma tática postergatória para desgastar os que se opõe à deposição do presidente Manuel Zelaya, ocorrida no dia 28 de junho.

Com Efe

domingo, 26 de julho de 2009

Raúl Castro anuncia novo ajuste econômico em Cuba

JEFF FRANKS
da Reuters, em Holguin (Cuba)

O presidente cubano, Raúl Castro, disse neste domingo que o seu governo se prepara para o segundo ajuste de gastos de 2009, devido à crise internacional, e pediu que os cubanos impulsionem a produção agrícola como uma "prioridade estratégica".

Recentemente, Cuba anunciou uma redução na sua meta de crescimento econômico, de 6% para 2,5%. O país também lançou um plano para diminuir o consumo energético.

Durante discurso para celebrar o 56º aniversário do ataque ao quartel Moncada, ação militar que marcou o início da revolução de 1959, Raúl Castro disse que nos próximos dias o seu gabinete vai se reunir para avaliar o impacto da crise na ilha.

"A terra está aí, aqui estão os cubanos, veremos se trabalhamos ou não, se produzimos ou não, se cumprimos nossa palavra ou não", afirmou o presidente.

O governo cubano aposta em fazer a economia estatal mais produtiva, no lugar de empreender grandes reformas.

Raúl Castro não mencionou o governo dos Estados Unidos, tema frequente dos discursos políticos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Laboratório argentino lança produção de antiviral para gripe

Buenos Aires, 17 jul (EFE).- O laboratório Sidus, de capital argentino, disse hoje que iniciou a produção na Argentina de oseltamivir, indicado para o tratamento do vírus A (H1N1) da gripe suína, de alta circulação neste país.

A Sidus destacou, em comunicado, que foi um dos laboratórios que conseguiram a licitação convocada pelo Governo argentino e que fornecerá ao Ministério da Saúde argentino 1,4 milhão de cápsulas (140 mil doses de tratamento) do remédio.

Além disso, a empresa farmacêutica argentina produzirá um excedente para abastecer outros canais de distribuição, "de maneira a aproximar este produto à população", disse a companhia.

O remédio é produzido na unidade farmacêutica que a Sidus tem na cidade de Pilar, na província de Buenos Aires.

Na terça-feira, a Argentina informou sobre 137 mortos pela gripe suína, e com isso superou o México e se transformou no segundo país do mundo com maior quantidade de mortes pela doença, depois dos Estados Unidos.

Segundo as autoridades argentinas, há 3,056 mil casos confirmados por amostra de laboratório, mas os infectados poderiam chegar a 100 mil.

Apesar do nome, a gripe suína não apresenta risco de infecção por ingestão de carne de porco e derivados.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Após seis anos, EUA e Cuba retomam diálogo sobre imigração

da Folha Online

Atualizado às 20h38.

As negociações entre Estados Unidos e Cuba sobre imigração, suspensas desde 2003, serão retomadas nesta terça-feira, em Nova York, disse nesta segunda-feira, , sob condição de anonimato, um funcionário do governo americano. No início de junho, a Casa Branca havia saudado a disposição de Havana de retomar as conversações, o que foi proposto pelos EUA em maio.

O funcionário americano não revelou se as discussões em Nova York também envolverão o serviço de correio direto entre os dois países.

As negociações sobre a imigração legal de cubanos para os EUA foram suspensas há quase seis anos pelo ex-presidente George W. Bush (2001-2009). As negociações tiveram início no governo de Ronald Reagan (1981-1989) e se tornaram mais efetivas durante o governo de Bill Clinton (1993-2001), quando os dois países chegaram a estabelecer acordos para evitar o êxodo de cubanos para os EUA.

O anúncio acontece após a decisão de Obama de revogar restrições para que americanos com parentes na ilha viagem a Cuba. Ele também acabou com o limite de dinheiro que eles podem enviar para seus parentes que vivem na ilha.

Cuba fica a cerca de 140 km do sul da Flórida, destino de centenas de milhares de cubanos desde a revolução comunista, em 1959.

Obama também anunciou em abril uma autorização para que companhias americanas de telecomunicações operem na ilha comunista, o que foi visto por alguns analistas como um sinal que pode marcar o início do fim do embargo comercial a Cuba, após meio século, o que tem levado a críticas de parte da comunidade de cubanos exilados nos EUA, concentrados principalmente em Miami. Também foi alvo de críticas dos ativistas anticastristas o apoio dos EUA à abertura para o retorno de Cuba à OEA (Organização dos Estados Americanos).

sexta-feira, 12 de junho de 2009

EUA começam a esvaziar prisão de Guantánamo

da Efe, em Washington

Sete detentos deixaram nesta semana a prisão da base militar americana de Guantánamo, em Cuba, o maior número desde a promessa feita em janeiro pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de fechar o presídio.

Entretanto, ainda restam 232 presos em Guantánamo, entre eles os casos mais difíceis.

Os EUA providenciam a transferência de mais alguns detentos nos próximos dias, segundo disse à Agência Efe uma fonte governamental que pediu para não ser identificada.

Palau, uma remota nação no Pacífico Sul, se ofereceu para receber 13 muçulmanos chineses da etnia uigur que permanecem em Guantánamo. Representantes do Governo palauense visitarão a prisão nos próximos dias.

"Finalmente começamos a ver avanços. Esta foi uma boa semana", disse Ken Gude, analista do Centro para o Progresso Americano, uma instituição vinculada ao Partido Democrata.

As mudanças são o resultado de meses de difíceis negociações dos EUA com dezenas de países para que aceitem os detidos. Entretanto, esses casos não são os mais complicados.

Um tribunal federal americano determinou em 2008 que os 17 uigures que estavam então em Guantánamo --quatro deles já foram enviados às ilhas Bermudas ontem-- não representavam perigo para os EUA e ordenou a libertação do grupo.

Estes uigures são supostamente membros de um grupo separatista que a China considera como terrorista, ao contrário dos EUA.

O Governo Obama pensou inicialmente em assentá-los no estado da Virgínia, onde está a maior comunidade de uigures em território americano, mas a rejeição do Congresso do país quanto a trazer detidos para os EUA fez o presidente mudar de ideia.

Uma fonte governamental revelou que os EUA abandonaram qualquer plano de libertar um grande número de detentos dentro do país e poderia enviar apenas 'alguns', publicou hoje o jornal "The Washington Post". Para Gude, esse número ficaria em apenas quatro presos.

Líderes republicanos e democratas fecharam um acordo no Congresso como parte de um projeto de lei de financiamento militar que proibiria a soltura de detidos em território americano até o dia 30 de setembro. Entretanto, eles poderiam ser levados aos EUA para julgamento.

A Administração de Obama abriu esse caminho nesta semana com a transferência do primeiro preso de Guantánamo a solo americano: o tanzaniano Ahmed Khalfan Ghailani, que será julgado por um tribunal civil de Nova York.

Suposto guarda-costas de Osama bin Laden, Ghailani foi acusado formalmente de terrorismo desde antes da prisão de Guantánamo abrir suas portas, em 2002, por sua suposta participação nos atentados contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia em 1998, nos quais morreram 224 pessoas.

Quatro dos supostos cúmplices de Ghailani cumprem prisão perpétua no presídio de segurança máxima de Florence, no Estado americano do Colorado.

"Este homem devia ter sido levado a um tribunal federal, julgado e sentenciado há muito tempo", disse Stacy Sullivan, assessora de assuntos antiterroristas da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

Outros dois homens foram libertados de Guantánamo nesta semana: o iraquiano Jawad Jabber Sadkhan e o chadiano Mohammed el-Gharani. Ambos pertencem a um grupo de pelo menos 50 presos que não representam perigo, segundo o Governo americano.

Os dois foram enviados para seus países de origem em aviões particulares contratados pelo Pentágono, disse à Efe J.D. Gordon, um porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA.

Em janeiro, um tribunal ordenou a libertação de el-Gharani, que aparentemente era o prisioneiro mais jovem de Guantánamo, onde chegou em 2002 quando ainda era menor de idade.

Dos 232 prisioneiros que ainda estão em Guantánamo, segundo Gordon, há quase 100 iemenitas. Os EUA negociam o envio de uma parte deles à Arábia Saudita para seu internamento em 'centros de reabilitação'.

Paralelamente, a União Europeia e o governo americano chegaram hoje a um acordo sobre a transferência de detidos para o continente europeu, o qual prevê que Washington se compromete a compartilhar informação confidencial sobre seus casos.

O texto não inclui a possibilidade de que os EUA recebam presos, mas fontes da UE declararam que ainda esperam que isso ocorra.

Por enquanto, o governo de Barack Obama evita entrar nesse campo minado.

Guantánamo

O campo de detenção de Guantánamo, localizado em uma base militar na ilha de Cuba sob controle dos EUA desde o século 19, foi criado pelo governo Bush para prender e interrogar suspeitos estrangeiros de terrorismo após os atentados de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3.000 pessoas.

A prisão fazia parte da estratégia de criar um limbo legal para os detidos na "guerra ao terror". Pelo entendimento do antigo governo, os suspeitos não podiam recorrer às garantias da Constituição americana --já que não estavam nos EUA-- e não precisavam ser tratados de acordo com a Convenção de Genebra --por não serem considerados prisioneiros de guerra, já que não combatiam legalmente por nenhum país.

Mais de 530 prisioneiros foram posteriormente libertados ou transferidos para outros países durante o governo Bush, e dois foram libertados desde que Obama tomou posse em 20 de janeiro último.

No mês passado, um relatório do Departamento de Estado americano informou que 5% dos prisioneiros da base militar haviam participado de atividades terroristas depois de ser libertados.

A base naval dos EUA em Guantánamo foi fundada em 1898, durante a guerra Hispano-Americana. Um tratado de 1934 determina que ela só pode ser devolvida a Cuba por acordo mútuo ou uma saída unilateral dos EUA. O regime comunista de Cuba, que subiu ao poder em 1959, pede a devolução do território, de 115 km², e não aceita os pagamentos feitos pelos EUA pela utilização da base.

sábado, 25 de abril de 2009

Mantega pede a entrada de Cuba no FMI

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse neste sábado, em Washington, que chegou a hora de Cuba voltar a integrar o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O pedido de Mantega foi feito durante seu pronunciamento no Comitê Internacional Monetário e de Finanças do FMI e reiterado após o discurso, durante uma entrevista coletiva realizada na sede do Fundo.

"Pedi a entrada de Cuba no FMI. Cuba foi marginalizada durante todo esse tempo de qualquer atividade econômica. E hoje não há mais nenhuma razão para que isso aconteça. Nós temos notado que há um relaxamento inclusive dos Estados Unidos. Dentro desse clima de entendimento, um passo adicional seria que Cuba também participasse do Fundo Monetário'', disse Mantega a um grupo de jornalistas.

Cuba se retirou do FMI em 1964, no auge da Guerra Fria e dois anos após os Estados Unidos ter decretado um embargo econômico contra o país caribenho. O FMI conta com 185 países membros. Entre os poucos que não fazem parte do órgão estão nações como Taiwan, Cuba e Coréia do Norte. Em seu discurso, Mantega afirmou que "'o FMI se orgulha, com razão, do seu caráter universal. Isso, porém, poderia ser melhorado, corrigindo uma omissão que perdura por muito tempo. Refiro-me, naturalmente, a Cuba, o único país do Hemisfério Ocidental que não é membro da instituição. É chegada a hora de abrirmos as portas para Cuba''.

Virar a página Mantega disse que seu pedido foi feito de comum acordo com Brasília e que a nação caribenha está hoje num processo de reintegração na economia mundial. "Precisamos virar esta página porque isso também ajuda as mudanças internas (em Cuba).'' "Eu não posso falar por Cuba, caberá a Cuba se manifestar, fazer um pedido formal. Agora, é melhor ela fazer um pedido formal se as portas estiverem abertas do que se as portas estiverem fechadas'', acrescentou.

Ao mesmo tempo em que defendeu, inesperadamente, a inclusão de Cuba no FMI, Mantega criou mal-estar com a delegação da Espanha no FMI após ter dito que o país não poderá participar de futuros encontros do G20 porque não é membro do bloco e acrescentou que não se pode dar continuidade à prática de convidar para reuniões nações que não integram o G20. Na sexta-feira, os Estados Unidos não convidaram a Espanha a participar da reunião ministerial do G20 realizada em Washington, logo após o encontro do G7. "O G20 está composto por 20 países e ponto. O que não dá é para, numa reunião, o país chegar e falar: agora, vou convidar a Tchecoslováquia, agora eu resolvi convidar o Paraguai'', afirmou.

Mal-estar Os comentários de Mantega sobre a Espanha, feitos durante a conversa com jornalistas, foram divulgados em sites de notícias espanhóis.

Para dissipar o potencial estrago de suas declarações, Mantega se reuniu pouco depois com a ministra da Fazenda da Espanha, Helena Salgado, voltou a falar com jornalistas e recuou em relação às suas afirmações anteriores.

"O que temos que fazer é discutir as regras de funcionamento do G20. O G20 tem 20 membros. Não é possível que cada membro traga uma nova pessoa, porque, senão rapidamente o G20 viraria G30, G40, sem critério." "Não foi uma posição contra a Espanha. Não havia qualquer razão para um impedimento por parte do Brasil sobre a participação espanhola. Se me perguntassem que país deveria participar do G20, eu diria que é a Espanha'', afirmou Mantega, contradizendo o que havia afirmado anteriormente.

* do UOL Notícias

sábado, 18 de abril de 2009

Castro responde a Obama O mero enunciado dos direitos e liberdades suprimidos em Cuba é uma resposta política de Raúl a ओबामा (O Estado de S. Paulo)

O Globo

Aproximação entre EUA e Cuba avança
Hillary e Raúl admitem erros passados, e Obama pede novo começo com a ilha

No momento de maior degelo das relações entre EUA e Cuba desde a decretação do embargo comercial à ilha, há 47 anos, o presidente americano, Barack Obama, disse ontem que deseja “um novo começo” com o país. A declaração de Obama, feita na abertura da Cúpula das Américas, se seguiu ao reconhecimento de erros do passado por ambas as partes. A secretária de Estados dos EUA, Hillary Clinton, reconheceu que a política de embargo fracassou, depois que o presidente de Cuba, Raúl Castro, se disse disposto a negociar “tudo”. As atitudes de Obama e Castro eclipsaram o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que cumprimentou o americano, sorridente, e disse: “Quero ser seu amigo”. (págs. 1, 26 e 27)


Lula e Chávez, estratégias opostas
Na disputa pelo papel principal na Cúpula das Américas, Lula e Chávez têm estratégias opostas: o brasileiro reforça sua liderança atenuando os conflitos que o venezuelano insiste em instigar. (págs. 1 e 27)

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Folha de S. Paulo

Obama propõe ‘novo começo’ com cubanos
O presidente Barack Obama disse na abertura da Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, que os EUA buscam “novo começo” com Cuba, relata Sérgio Dávila. Sobre as relações com o continente, Obama repetiu o que dissera sobre o Brasil. “Não há parceiro sênior e parceiro júnior, há engajamento baseado em respeito mútuo, interesses comuns e valores compartilhados”, disse. Ele cumprimentou o venezuelano Hugo Chávez, que declarou querer ser “amigo” de Obama. (págs. 1 e A13)


Clóvis Rossi – Contagem regressiva para o término do embargo já começou
Começou a contagem regressiva para o fim do embargo dos EUA a Cuba. Raúl Castro se diz disposto a conversar sobre todos os temas. Hillary Clinton devolve na mesma moeda. Acabarão fatalmente conversando, pois é do interesse mútuo. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Obama pede ‘novo começo’ nas relações com Cuba
Em mais um gesto de aproximação, presidente fala em contato direto

O presidente Barack Obama afirmou que os EUA querem “um novo começo” em relação a Cuba. Obama fez a declaração ao chegar a Trinidad e Tobago, para participar da Cúpula das Américas. “Precisamos superar décadas de desconfiança. Gostaríamos de falar com os líderes cubanos sobre direitos humanos, reforma democrática e questões econômicas”, disse Obama. Havana e Washington vêm trocando gestos de aproximação. A Casa Branca se disse “impressionada” com a declaração do presidente cubano, Raúl Castro, que se dispôs a discutir “tudo” com os EUA. Mas afirmou esperar atos concretos, como a soltura de presos políticos. Apesar dos progressos, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaça boicotar a declaração da cúpula por causa de Cuba. (págs. 1, A18 e A19)

OEA discutirá volta de Havana
O secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, disse que pedirá aos integrantes da organização que readmitam Cuba. A próxima reunião será em junho. Cuba foi suspensa em 1962, no auge da Guerra Fria. (págs. 1 e A12)


Notas e Informações – Castro responde a Obama
O mero enunciado dos direitos e liberdades suprimidos em Cuba é uma resposta política de Raúl a Obama. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Amigos
Sem provocações – Oito anos após o último cumprimento entre o presidente venezuelano e um líder americano, Chávez e Obama deram um aperto de mãos, ontem, na Cúpula das Américas. (pág. 1, Internacional e pág. A21)

Tempestade ainda não se dissipou
Paul Krugman – Obama vê “brilhos de esperança”, e o mercado tem estado frenético. É a hora de soar o alarme de que os céus estão limpos? Não. Dou quatro razões para cautela. (pág. 1, Economia e pág. A19)

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Correio Braziliense

Obama prega mudança entre EUA e Cuba
Na chegada à 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, presidente norte-americano defende nova relação com a ilha e agrada aliados de Fidel como Hugo Chávez. (págs. 1, 26 e 27)

domingo, 12 de abril de 2009

Cúpula das Américas deixa questão cubana para a OEA

da Folha Online

O ex-ditador cubano Fidel Castro antecipou-se a toda a mídia do continente americano ao anunciar que o comunicado final da 5ª Cúpula das Américas, que será realizada no fim desta semana, em Trinidad e Tobago, não trata de Cuba.

Segundo reportagem de Clóvis Rossi, publicada neste domingo na Folha de S. Paulo, o texto já foi acordado pelos representantes dos 34 países participantes (Cuba é o único país das Américas excluído), e seus cem parágrafos não mencionam nem de passagem a ilha caribenha.

Em pelo menos um trecho, afirma Rossi, o parágrafo 51 do rascunho que o governo americano liberou, há o que se pode ler como explicação para a exclusão. Diz: "Todas as nossas aspirações e metas para as Américas dependem de democracias fortes, boa governança, vigência da lei e respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais".

Será preciso um enorme contorcionismo retórico para que até os mais próximos aliados de Cuba --Venezuela e Bolívia-- digam que a ilha se enquadra nesses conceitos, constantes do texto com o qual concordaram, pelo menos até agora.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Mônica Bergamo: Lula tem surpreendido interlocutores ao criticar Fidel Castro

da Folha Online

Hoje na Folha O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem surpreendido interlocutores ao criticar Fidel Castro, a quem raramente faz ressalvas, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada nesta sexta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Segundo a coluna, ele acha que o ex-dirigente cubano foi duro ao chamar de "indignos" o ex-vice-presidente Carlos Lage e o ex-chanceler Felipe Pérez Roque, seus íntimos colaboradores por muitos anos e demitidos de forma "humilhante", na opinião de Lula.

"Não se faz isso com ninguém", disse o presidente a um amigo há alguns dias. "De mim, por exemplo, ninguém jamais vai ouvir críticas a ex-companheiros, mesmo que tenham errado."

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Fidel exige que Obama devolva base de Guantánamo a Cuba

Por Marc Frank

HAVANA (Reuters) - O ex-dirigente cubano Fidel Castro reivindicou na quinta-feira que o presidente dos EUA, Barack Obama, devolva incondicionalmente a base naval de Guantánamo a Cuba, e acusou o novo governo norte-americano de apoiar o "genocídio israelense" contra os palestinos.

Fidel, que desde 2006 deixou o poder e só se manifesta por meio de artigos na imprensa estatal, recentemente qualificou Obama de "honesto" e "nobre". Em seu novo artigo, porém, criticou-o por ter declarado que Washington não devolverá Guantánamo se a base naval tiver alguma utilidade militar, nem oferecerá concessões em troca do seu uso.

Cuba, então recém-independente, alugou indefinidamente aos EUA a base no sudeste da ilha em 1903, refletindo a vitória norte-americana contra os colonizadores espanhóis numa guerra do final do século 19.

O regime comunista alega que a base foi tomada ilegalmente, e por isso se recusa a descontar o cheque anual do aluguel, uma quantia simbólica. Em 2001, o governo de George W. Bush transformou parte da base em uma prisão para suspeitos de terrorismo, motivo de críticas generalizadas de militantes de direitos humanos. Um dos primeiros atos do novo governo dos EUA foi mandar desativar a prisão dentro de um ano, mantendo, no entanto, a base como território norte-americano.

"Manter uma base militar em Cuba contra o desejo do povo viola os princípios mais elementares do direito internacional", escreveu Fidel em artigo divulgado no site estatal www.cubadebate.cu.

"Não respeitar o desejo de Cuba é um ato arrogante e um abuso de imensa autoridade contra um país pequeno", disse Fidel, repetindo uma acusação que fez contra os dez presidentes anteriores que ocuparam a Casa Branca desde que ele chegou ao poder, em 1959.

Na quinta-feira, participando do Fórum Social Mundial em Belém, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aliado incondicional do regime comunista cubano, também pediu a Obama que devolva Guantánamo a Havana, depois de elogiar o novo presidente por fechar a prisão militar.

"Agora ele deveria devolver Guantánamo e a baía de Guantánamo para os cubanos, porque é território cubano", afirmou.