O presidente Obama ainda precisa
passar por obstáculos, mas contaria com ampla coalização para relaxar o
fluxo de pessoas, dinheiro, produtos e serviços para Cuba. No último
dia 17, em discurso simultâneo, os líderes dos dois países anunciaram a
retomada das relações diplomáticas. O porta-voz da Embaixada dos Estados
Unidos no Brasil, em entrevista por e-mail ao JB, destacou
que a iniciativa significa um avanço para interesses cubanos e
norte-americanos, falou sobre mudanças que a ilha pode passar e também
sobre os impactos na vida de americanos e cubanos, a partir deste
primeiro passo. Retomada de relações melhora posicionamento dos EUA no mundo, diz porta-voz"A decisão do presidente Obama de começar a normalizar as relações com Cuba avançará os interesses
dos EUA e dos cubanos. As 11 milhões de pessoas que moram na ilha
esperaram demais – mais de meio século – para realizar suas aspirações
democráticas e estabelecer laços mais estreitos com o resto do mundo no
século 21", comentou o porta-voz. Para a Embaixada, o anúncio é voltado para o futuro
e para o valor das relações entre pessoas, aumento do comércio, das
comunicações e de um "diálogo respeitoso". O porta-voz comentou que a
medida pode ainda aumentar a capacidade norte-americana de ter um
"impacto positivo" sobre acontecimentos na ilha e de ajudar a melhorar a
vida dos cubanos, além de colocar empresas americanas em "pé de
igualdade" e melhorar o posicionamento dos EUA no hemisfério ocidental e
no mundo. "Em relação ao embargo, como disse o
presidente Obama em seu discurso, 'à medida que essas mudanças forem
acontecendo, aguardarei para envolver o Congresso em um debate sério e
honesto sobre a suspensão do embargo'", ressaltou o porta-voz. "Com
essas iniciativas que foram anunciadas pelo presidente Obama no 17 de
dezembro, conclamamos Cuba a explorar o potencial de 11 milhões de
cubanos, pondo fim a restrições desnecessárias em suas atividades
políticas, sociais e econômicas". >> De olho na história, EUA e Cuba 'encerram' Guerra Fria >> Cuba e as miragens da liberdade, por Mario Vargas Llosa De
acordo com a embaixada, o governo dos Estados Unidos adota medidas para
aumentar o número de viagens, o volume de comércio e o fluxo de
informações de e para Cuba. Para os americanos, será mais fácil viajar
para Cuba e usar cartões americanos de crédito e débito durante as
viagens. O valor em dinheiro que pode ser enviado à ilha também está
sendo aumentado de "maneira significativa" e os limites de remessas
relacionados a projetos humanitários e ao setor privado de Cuba estão
sendo removidos. Transações autorizadas entre EUA e Cuba também
serão facilitadas e instituições financeiras americanas poderão abrir
contas em instituições financeiras cubanas, além de ficar mais fácil,
para os exportadores americanos, vender produtos em Cuba. A embaixada
salienta ainda que a "intensificação" de conexões de telecomunicações
entre os países foi autorizada e que as empresas poderão vender produtos
que permitam a comunicação de cubanos com os Estados Unidos e outros
países. "Por fim, será o povo cubano que conduzirá as reformas
econômicas e políticas. É por isso que o presidente Obama tomou a
iniciativa de aumentar o fluxo de recursos e informação para cidadãos
cubanos comuns em 2009, 2011 e hoje. O povo cubano merece o apoio dos
Estados Unidos e de toda uma região comprometida em promover e defender a
democracia por meio da Carta Democrática Interamericana", conclui o
porta-voz. O JB entrou em contato com a Embaixada de Cuba no Brasil, mas a embaixadora não estava disponível para entrevistas.
Tags: castro, Cuba, embargo, Estados Unidos, Obama
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