domingo, 28 de dezembro de 2014

EUA e Cuba: "iniciativa é avanço para interesses dos dois países"

Embaixada norte-americana no Brasil aponta mudanças para americanos e cubanos

O presidente Obama ainda precisa passar por obstáculos, mas contaria com ampla coalização para relaxar o fluxo de pessoas, dinheiro, produtos e serviços para Cuba. No último dia 17, em discurso simultâneo, os líderes dos dois países anunciaram a retomada das relações diplomáticas. O porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em entrevista por e-mail ao JB, destacou que a iniciativa significa um avanço para interesses cubanos e norte-americanos, falou sobre mudanças que a ilha pode passar e também sobre os impactos na vida de americanos e cubanos, a partir deste primeiro passo.
Retomada de relações melhora posicionamento dos EUA no mundo, diz porta-voz
Retomada de relações melhora posicionamento dos EUA no mundo, diz porta-voz
"A decisão do presidente Obama de começar a normalizar as relações com Cuba avançará os interesses dos EUA e dos cubanos. As 11 milhões de pessoas que moram na ilha esperaram demais – mais de meio século – para realizar suas aspirações democráticas e estabelecer laços mais estreitos com o resto do mundo no século 21", comentou o porta-voz. 
Para a Embaixada, o anúncio é voltado para o futuro e para o valor das relações entre pessoas, aumento do comércio, das comunicações e de um "diálogo respeitoso". O porta-voz comentou que a medida pode ainda aumentar a capacidade norte-americana de ter um "impacto positivo" sobre acontecimentos na ilha e de ajudar a melhorar a vida dos cubanos, além de colocar empresas americanas em "pé de igualdade" e melhorar o posicionamento dos EUA no hemisfério ocidental e no mundo. 
"Em relação ao embargo, como disse o presidente Obama em seu discurso, 'à medida que essas mudanças forem acontecendo, aguardarei para envolver o Congresso em um debate sério e honesto sobre a suspensão do embargo'", ressaltou o porta-voz. "Com essas iniciativas que foram anunciadas pelo presidente Obama no 17 de dezembro, conclamamos Cuba a explorar o potencial de 11 milhões de cubanos, pondo fim a restrições desnecessárias em suas atividades políticas, sociais e econômicas". 
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De acordo com a embaixada, o governo dos Estados Unidos adota medidas para aumentar o número de viagens, o volume de comércio e o fluxo de informações de e para Cuba. Para os americanos, será mais fácil viajar para Cuba e usar cartões americanos de crédito e débito durante as viagens. O valor em dinheiro que pode ser enviado à ilha também está sendo aumentado de "maneira significativa" e os limites de remessas relacionados a projetos humanitários e ao setor privado de Cuba estão sendo removidos. 
Transações autorizadas entre EUA e Cuba também serão facilitadas e instituições financeiras americanas poderão abrir contas em instituições financeiras cubanas, além de ficar mais fácil, para os exportadores americanos, vender produtos em Cuba. A embaixada salienta ainda que a "intensificação" de conexões de telecomunicações entre os países foi autorizada e que as empresas poderão vender produtos que permitam a comunicação de cubanos com os Estados Unidos e outros países.
"Por fim, será o povo cubano que conduzirá as reformas econômicas e políticas. É por isso que o presidente Obama tomou a iniciativa de aumentar o fluxo de recursos e informação para cidadãos cubanos comuns em 2009, 2011 e hoje. O povo cubano merece o apoio dos Estados Unidos e de toda uma região comprometida em promover e defender a democracia por meio da Carta Democrática Interamericana", conclui o porta-voz.
O JB entrou em contato com a Embaixada de Cuba no Brasil, mas a embaixadora não estava disponível para entrevistas.
 
Tags: castro, Cuba, embargo, Estados Unidos, Obama

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Cuba abre primeiro centro para tratar idosos com Alzheimer

postado em 26/12/2014 16:07
 
Cuba abriu o primeiro centro para idosos com Alzheimer, doença da qual padecem 130.000 cubanos, como parte de um plano para encarar o envelhecimento da população, informou um funcionário desta sexta-feira.
"Foi aberta de forma experimental uma Casa de Avós no município Playa (no oeste de Havana), destinada a adultos idosos com deterioração cognitivo e demência", destacou Alberto Fernández, chefe do Departamento do Adulto Idoso do Ministério de Saúde Pública, citado pelo jornal oficial Granma.
Nas casas dos avós, os idosos padecem durante o dia, mas às noites voltam para as casas de suas famílias.
"Em Cuba, cerca de 130.000 pessoas sofrem de Alzheimer", uma doença que faz perder a memória e a linguagem de forma progressiva e que até agora não tem cura, disse Fernández.
Esta cifra "aumentará", "daí que estes centros se estendam depois a todo o país", acrescentou.
O Granma noticiou que este novo centro faz parte de um conjunto de medidas aprovadas pelo governo de Raúl Castro para "melhorar o cuidado que se dá nas Casas de Avós e Lares de Anciãos em todo o país, como passo inicial de uma estratégia integral" diante do envelhecimento da população.
As medidas contemplam a reconstrução e o reparo de casas de avós e lares de idosos, alguns dos quais mostram uma avançada deterioração.
Com 11,1 milhões de habitantes, Cuba possui uma das populações mais envelhecidas da região, por uma baixa natalidade, maior expectativa de vida e um permanente fluxo de emigrados, particularmente de adultos jovens.
A ilha tem agora 2,4 milhões de pessoas maiores de 60 anos, 18,3% da população, mas superará em 35% até 2045, o que implica "um dos maiores desafios" que enfrentará a ilha nos campos da economia e saúde pública, segundo Granma.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Parlamento cubano ratifica acordo com Estados Unidos

Raúl Castro presidiu a reunião focada na renovação das relações da ilha comunista com os EUA

 

O Parlamento cubano ratificou hoje (19) por unanimidade o acordo alcançado entre Havana e Washington para normalizar as relações entre os dois países, após mais de meio século de hostilidade.
"O Parlamento cubano deu hoje apoio unânime" ao acordo bilateral anunciado quarta-feira (17), durante discurso do presidente de Cuba, Raúl Castro, segundo noticiou a agência de notícias cubana Prensa Latina.
Raúl Castro presidiu hoje a reunião semestral do Parlamento cubano, em sessão focada na renovação das relações da ilha comunista com os Estados Unidos.
O embargo contra Cuba foi imposto pelos Estados Unidos em 1962, depois de fracassada invasão da ilha conhecida como Baía dos Porcos, para tentar derrubar o regime de Fidel Castro.
Ainda na quarta-feira, os Estados Unidos libertaram os últimos três membros do grupo conhecido como os Cinco de Cuba, condenados em 2001 por espionagem.
A libertação de Gerardo Hernández, Ramón Labanino e Antonio Guerrero foi anunciada no mesmo dia em que o regime de Havana libertou o norte-americano Alan Gross, detido há cinco anos em Cuba, também por espionagem.
O Parlamento cubano conta com 612 membros e não tem representantes da oposição. A reunião de seus membros ocorre duas vezes por ano.
A sessão de hoje, fechada à imprensa internacional, foi convocada para rever o progresso do Plano Econômico Anual, que não cumpriu o objetivo de crescimento fixado em 2,2% para este ano. Segundo representantes do Conselho de Ministros no início do ano, Cuba deverá crescer apenas 1,3% em 2014.
 
Agência Brasil