Para médicos, Chávez tem possibilidade de se curar de câncer
Por Julie Steenhuysen
CHICAGO, 25 Fev (Reuters) - Enquanto o presidente venezuelano, Hugo Chávez, volta para Cuba para fazer uma cirurgia numa segunda lesão na pélvis, especialistas dizem que o candidato à reeleição à Presidência da Venezuela ainda tem chances de cura, mas pode ter que lutar contra a fadiga durante a sua campanha, em outubro.
Depois de declarar que estava livre do câncer em outubro, Chávez agora diz que tem uma lesão de dois centímetros na mesma região pélvica de onde os médicos removeram um tumor do tamanho de uma bola de beisebol durante seu primeiro tratamento no ano passado, em Cuba.
Os médicos dizem que o fato do câncer de Chávez ter voltado é preocupante, mas que a segunda cirurgia vai lhe dar mais uma chance de cura.
"Se estiver localizado, eles puderem removê-lo e conseguirem obter boas margens cirúrgicas, existe uma chance de 20 a 25 por cento que ele fique curado", disse o Dr. Richard Schilsky, um especialista em câncer gastrointestinal da Universidade de Medicina de Chicago, que não está tratando de Chávez.
Ainda não ficou claro qual tipo de câncer o presidente venezuelano tem, mas comentários feitos por Chávez e seus assessores, sugerem que ele pode ter câncer no reto ou na bexiga, ou talvez um sarcoma de tecido mole. Schilsky disse que às vezes o câncer do colón ou do reto podem voltar na pélvis ou no abdômen.
"É difícil saber sem ter informações sobre o que era o tumor primário. Uma ocorrência local de câncer de cólon é menos comum do que de câncer de reto", disse Schilky.
O Dr. Charles Fuchs, diretor do programa de oncologia gastrointestinal do Instituto de Câncer Dana-Farber, em Boston, disse que o câncer de reto é mais propenso à recorrência local do que o câncer de cólon, porque a pélvis é uma região tão cheia que é difícil que os cirurgiões consigam uma boa margem livre e limpa.
"Nada foi dito sobre a origem do câncer. Só sabemos que era um tumor na pélvis. Depois soubemos que ele fez uma série de ciclos de quimioterapia, provavelmente cerca de seis ciclos. Não sabemos sequer que drogas foram administradas durante a quimioterapia", disse Sunil Daryanani, um oncologista do Hospital de Clínicas de Caracas.
Ele disse que porque o tumor de Chávez foi diagnosticado com uma infecção, o fato dele ter tido uma recorrência no local não é uma surpresa, mas que o tempo entre o tratamento e a progressão do câncer foi bem curto.
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