segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Após Fórum Social, Dilma vai a Cuba; encontro com Fidel é dúvida

Na primeira viagem internacional do ano, Dilma Rousseff vai a Cuba, para visita oficial nesta terça (31). Vai se reunir com líder Raúl Castro e visitar obras de porto financiadas em 80% pelo Brasil. Encontro com Fidel não está previsto, mas pode ocorrer. Após ir ao Fórum Social, Dilma faz outro gesto à esquerda em ano eleitoral.

SÃO PAULO - A presidenta Dilma Rousseff viaja nesta segunda-feira (30) à cidade de Havana, a capital de Cuba, para uma visita oficial no dia seguinte. É a primeira viagem internacional da presidenta em 2012, num giro que terá ainda, na quarta-feira (1) uma esticada até o Haiti, onde o Brasil lidera forças de paz das Nações Unidas desde 2004.

Dilma decolará para Cuba a partir de Salvador, onde cumpre agenda nesta segunda. Como pousará só no fim do dia, não terá compromissos oficiais e, segundo assessores governamentais, nem particulares. Seguirá direto para o hotel.

Na terça (31), Dilma fará uma visita ao memorial José Martí, um dos pontos históricos de Havana, e, depois, irá ao Palácio da Revolução, para uma reunião com o chefe do governo cubano, RaÚl Castro. Além do encontro privado entre ambos, deverá haver uma outra reunião, mais ampla, com a presença de ministros dos dois lados.

Por enquanto, não está na programação de Dilma um encontro com Fidel Castro, irmão de Raúl. O que não significa que não possa acontecer, segundo assessores diplomáticos brasileiros - na última vez que o ex-presidente Lula foi à ilha, o encontro dele com Fidel foi acertado na hora.

À tarde, depois das reuniões com as autoridades cubanas, a presidenta vai visitar as obras de um porto que está sendo construído no litoral cubano com 80% de financiamento brasileiro, o Porto de Mariel. Segundo os dois países, a obra, orçada em 850 milhões de dólares, vai ajudar a melhorar o comércio exterior da ilha.

Com o Brasil, o comércio exterior cubano movimentou 640 milhões de dólares, considerando o fluxo de mercadorias nos dois sentidos.

A ida da presidenta a Cuba é o mais um sinal político à esquerda emitido por Dilma neste início de 2012, ano em que haverá eleição municipal. Na semana passada, a presidenta foi ao Fórum Social Temático, uma versão reduzida do grande encontro da esquerda e dos inimigos do neoliberalismo. Dilma teve a chance - foi convidada - mas não foi ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, uma espécie de antítese do Fórum Social.

Guerra Fria
No encontro em Porto Alegre, Cuba e a viagem de Dilma foram notícia, durante debate sobre o livro Os últimos soldados da Guerra Fria, do escritor e jornalista Fernando Morais.

O livro conta a história de cinco cubanos presos e condenados na Flórida, reduto de organizações anticastristas nos Estados Unidos, por participarem de um grupo criado pela inteligência castrista para impedir atentados terroristas contra a ilha. Para a Justiça americana, porém, os cinco eram terroristas e espiões.

"Foi um processo absolutamente injusto", afirmou o escritor, que lançará a obra em Cuba em abril ou maio, em seguida nos EUA e, ainda este ano, em Portugal, México e Espanha. "As pessoas precisam saber o que é essa indecência", disse, para quem há uma "máquina de desinformação mundial" a disseminar apenas a versão americana.

No debate, Morais, especialista em Cuba, foi questionado se acreditaria que Dilma poderia - e conseguiria - interceder junto ao governo dos EUA para que os cinco, que são considerados heróis nacionais em Cuba, fossem soltos - um deles está condenado à prisão perpétua.

Dilma deve se encontrar com o presidente Barack Obama em março, em viagem oficial aos EUA, um ano depois da vinda dele ao Brasil, e poderia levar algum recado de Raúl a Obama. Há inclusive uma "moeda de troca", um norte-americano preso recentemente em Cuba, por tentar entrar no país sem declarar todos os equipamentos que tinha, levantando suspeitas sobre suas intenções.

Morais não acredita, contudo, que Dilma teria sucesso, caso tentasse, numa eventual intermediação entre Raúl e Obama, ao menos neste assunto.

O escritor também comentou o caso da blogueira Yoani Sánchez, que discorda do regime castrista e usa a internet para criticá-lo. Quando soube que Dilma iria a Cuba, Yoani pediu um visto ao governo brasileiro, para vir ao país. O ministério das Relações Exteriores aceitou dar um visto especial de 90 dias, mas a blogueira ainda precisa de autorização das autoridades do país dela para viajar.

Segundo Morais, ajudar Yoani é ficar contra a revolução cubana, que ele encara como positiva para A Ilha, título de um famoso livro que ele escreveu sobre aquele país.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012


A Ecologia Sistêmica é abordada no livro SISTEMAS, AMBIENTE & MECANISMOS DE CONTROLE




Capa do livro de Edson Paim & Rosalda Paim


ECOLOGIA SISTÊMICA: É a abordagem da Ecologia através da ótica do SISTEMISMO, ou seja, segundo os cânones da Teoria Geral dos Sistemas, de Lwidg von Bertalanffy.

O tema é focalizado no livro de Edson Paim e Rosalda Paim, designado SISTEMAS, AMBIENTE & MECANISMOS DE CONTROLE.

Este Livro de autoria de Edson Paim, designado SISTEMAS, AMBIENTE & MECANISMOS DE CONTROLE, trata da abordagem de qualquer sistema, simultaneamente com a do respectivo ambiente, ambos acrescidos de mecanismos de controle ou “feedbacks”, necessários à obtenção dos seus estados de equilíbrio, cujo propósito é assegurar a consecução dos objetivos, fixados para o sistema em causa.

Sistemas, Ambiente & Mecanismos de Controle refere à descrição e a utilização de um paradigma de cunho abrangente, integrativo, sintético, enfim, holístico - o Sistemismo Ecológico Cibernético Informacional - construído com alicerce em quatro pilares principais: Teoria Geral dos Sistemas (Sistemismo), Cibernética, Teoria da Informação e Ecologia, representando, portanto, uma metodologia de caráter multirreferencial.

O presente construto foi concebido e elaborado com inspiração no modelo de organização e funcionamento dos seres vivos e dos ecossistemas naturais - sistemas auto-organizadores, auto-reajustáveis e auto-reprodutores, - os quais são dotados de dispositivos cibernéticos ou de “feedback” negativo, construídos pela natureza.

Um aspecto deste paradigma é o fato de estar estribado na estrutura sistêmica do genoma e, na fisiologia cibernética do sistema nervoso, particularmente do cérebro humano, que abriga o produto mais sofisticado da evolução biológica - a consciência.

A metodologia proposta pode ser aplicada tanto à focalização de um sistema como a de seus metassistemas e subsistemas, incluindo a visualização do respectivo ambiente - também um sistema, - o sistema ambiental.
Este referencial corresponde ao Sistemismo ampliado e postula a possibilidade da abordagem de qualquer sistema, seja de natureza física, biológica, tecnologia ou social, mediante a mesma metodologia, ora apresentada.

Destarte, o quadro de referência proposto torna possível enfocar, através de um mesmo prisma, o ser humano, um automóvel, uma empresa, um município, um estado, um país e, até mesmo, o sistema social global, assim como o sistema físico em que todos eles estão contidos - o próprio Planeta Terra - e, por extensão, o Universo inteiro.

Esta perspectiva se alicerça no fato de que todos eles possuem, como denominador comum, os atributos universais dos sistemas, entre os quais se destacam:

1) - os sistemas são conjuntos de partes interligadas e inter-relacionadas, atuando conjuntamente, para a consecução de um determinado objetivo;
2) - os sistemas estão inseridos no ambiente;
3) - a totalidade dos sistemas abertos estabelece contínuas e permanentes relações com o seu ambiente imediato, efetuadas através de intercâmbios;
4) - os intercâmbios que ocorrem entre cada sistema e o seu ambiente podem ser sintetizados como trocas contínuas e permanentes de matéria, energia e informações, processadas entre um e outro, afetando-se mutuamente, isto é, sofrendo, em conseqüência, cada um deles, influências do outro.
Os sistemas, de um modo geral, sobretudo, os de natureza biológica, tecnológica ou social, necessitam possuir mecanismos de controle (“feedbacks”), com o propósito de regular o seu estado de equilíbrio e a harmonia do seu funcionamento ou operacionalização.

Os sistemas compartilham, portanto, características tais como as de totalidade, abrangência, integralidade, síntese e inter-relacionamento entre suas partes integrantes, efetuando contínuas trocas de “matéria, energia e informações” com o ambiente, além da necessidade de possuírem mecanismos de controle, cuja finalidade é a manutenção dos seus estados de equilíbrio e, o do ambiente que os envolve, além garantir a harmonia ente ambos.

O fato de corresponderem a sistemas sintetiza os atributos que são comuns a todos eles.

Um determinado sistema, acrescido dos seus arredores, constitui, por sua vez, outro sistema, de maior amplitude e, de natureza mista: o conjunto sistema/ambiente, que poderá ser designado, no contexto do estudo, como universo, - com u minúsculo - para não confundir com Universo, o sistema cósmico.

Nosso planeta e, o seu ambiente, o Universo, o qual integra, por corresponderem a sistemas, podem ser visualizados através deste mesmo prisma, considerando-se, entretanto, que o Sistema Universal representa o único sistema sem ambiente, pois não se pode conceber a existência de algo em seu entorno, desde que o consideremos infinito.

Os nove primeiros capítulos, que se busca manter inter-relacionados, interligados, entrelaçados, integrados, como uma malha, uma trama, uma rede, uma teia de idéias, fundamentos, conceitos e princípios que formam o alicerce do Sistemismo Ecológico Cibernético Informacional - o Sistemismo ampliado - constantes dos capítulos X a XII.

Finalmente, o capítulo XIII, “Rumo a uma Sociedade Cibernética”, aborda a hipótese de uma nova utopia: um sistema social aberto, baseado no Estado de Direito Democrático, cuja essência é ser repleto de mecanismos regulatórios (“feedback” sociais), destinados a assegurar o equilíbrio do seu funcionamento, objetivando torná-lo harmônico, em toda a plenitude e, inserido num contexto ecológico perfeitamente adequado aos propósitos ou telos da sociedade.

Este modelo sócio-econômico-jurídico-cultural e ecológico seria capaz de garantir aos seus integrantes, entre outras, as condições de liberdade individual e coletiva e, de universalização do acesso às informações, cidadania, trabalho, moradia, alimentação, educação, saúde, segurança, saneamento básico, transporte e lazer, enfim, igual oportunidade para todos: justiça social, adequada distribuição de renda e, qualidade de vida, compatível com a dignidade da pessoa humana, em perfeita harmonia com o contexto ambiental.