sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Chanceler cubano diz que ações de Obama definirão relações com EUA

da Efe, em Havana

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, afirmou nesta sexta-feira que é preciso ver "os atos práticos" do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, em relação à ilha, antes de dizer que as relações bilaterais entraram em uma nova etapa.

"Não pode-se assegurar ainda, é preciso ver os atos práticos" da Administração que liderará Obama a partir de 20 de janeiro, indicou Pérez Roque a jornalistas, ao ser questionado sobre o assunto após participar do ato de inauguração da Embaixada do Paquistão em Havana.

"Nós não agredimos os Estados Unidos, não somos nós os que os bloqueamos, é nos Estados Unidos onde devem ser tomadas as decisões que retifiquem a atual situação", acrescentou.

As declarações de Pérez Roque foram feitas depois que, na quinta-feira, o ex-ditador Fidel Castro afirmou em um de seus freqüentes artigos de reflexões que Cuba pode falar com Obama onde desejar, mas sem condições preestabelecidas.

Diálogo

"Esperamos e estamos dispostos, sempre dissemos isso, a que um dia se normalizem as relações entre os Estados Unidos e Cuba sobre a base do respeito a nossos direitos como povo", expressou hoje Pérez Roque.

No entanto, o chanceler evitou falar sobre um eventual diálogo de Cuba com Obama, já que, disse, "tudo o que tínhamos a dizer sobre isso já dissemos", e ressaltou que, até o momento, o país não recebeu resposta do novo presidente dos Estados Unidos à oferta de diálogo.

Questionado sobre as manifestações de Obama a favor de levantar as restrições de viagens e as remessas a Cuba, Pérez Roque comentou que "se fizer isso, seria um primeiro passo positivo", mas "só o começo".

"Nosso povo tem o direito de esperar que, finalmente, se respeite seu direito de escolher o próprio caminho e se eliminem todas as restrições, agressões que nos fizeram sofrer durante cinco décadas e que custaram ao país mais de US$ 90 bilhões", acrescentou.

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